Os juros bancários médios do país não param de subir. De acordo com o Banco Central (BC), os juros com recursos livres, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, de pessoas físicas e empresas passaram de 30,6% ao ano em setembro para 32,8% ao ano em outubro.
A saber, esse é o maior nível dos juros bancários desde março do ano passado, início da pandemia da Covid-19. À época, o valor estava em 33,3% ao ano. E o principal motivo para esse avanço é justamente a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, que já subiu seis vezes apenas neste ano.
No final de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa Selic de 6,25% para 7,75% ao ano. Aliás, a elevação superou as projeções dos economistas, que acreditavam em um avanço de 1,25 ponto percentual (p.p.).
Em resumo, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação do país, que segue nas alturas. A elevação da Selic impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. E isso acontece, porque a inflação não dá sinais de queda. Pelo contrário, a prévia de novembro também superou as estimativas.
Veja detalhes do aumento dos juros bancários em setembro
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas passou de 17,1% ao ano em setembro para 19,1% ao ano em outubro. A saber, essa é a maior taxa desde julho de 2019 (19,2% ao ano). Da mesma forma, os juros cobrados nas operações com pessoa física avançaram de 41,7% em setembro para 43,8% em outubro, maior nível desde abril de 2020 (44,7%).
Por sua vez, o cheque especial cobra juros muito mais elevados que os anteriores. Em suma, o juro médio nessa operação para pessoas físicas saltou de 128,8% ao ano em setembro para 129,6% ao ano em outubro. Nesse caso, o patamar é o mais alto desde março de 2020 (130,6% ao ano). Vale destacar que o BC adotou um teto para estes juros.
Já os juros bancários cobrados nas operações com cartão de crédito rotativo avançaram de 339,5% ao ano em setembro para 343,6% ao ano em outubro. Essa taxa média é a mais elevada desde agosto de 2017 (392,3% ao ano). Analistas ressaltam que essa é uma das linhas de crédito mais caras do mercado e que deve ser evitada.
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