Atores como Juliana Paes e Murilo Rosa, jogadores de futebol e mais inúmeras pessoas caíram em um golpe que prometia retornos financeiros para investimentos acima da média, esquema este parecido com uma pirâmide financeira.
De acordo com a Justiça de São Paulo, que anunciou nesta sexta-feira (20) que recebeu e aceitou uma denúncia do Ministério Público (MP), quatro pessoas suspeitas de aplicarem os golpes tornaram-se réus por estelionato e associação criminosa.
Conforme investigou a Polícia Civil, os golpistas criaram uma empresa, a F2S Intermed de Negócios, que oferecia uma falsa opção de investimento. Neste modelo, segundo os criminosos, automóveis seminovos seriam comprados e, posteriormente, vendidos a lojistas, com uma rentabilidade prevista de 4% a 8%.
“Eles pagavam para as vítimas, durante certo tempo, alguns meses, o lucro sobre o rendimento, fazendo com que as pessoas acreditassem que era verdadeiro o investimento e trouxessem, assim, mais pessoas”, afirma a promotora do MP, Celeste Leite dos Santos.
Ainda segundo ela, o golpe envolvia remunerar os investidores antigos com o dinheiro vindo das aplicações dos novos investidores. Tudo isso, afirma a promotora, sem que houvesse, de fato, o modelo de investimento proposto pela quadrilha, isto é, a compra e venda de automóveis.
Juliana Paes não prestou depoimento
Segundo as informações, a atriz Juliana Paes perdeu R$ 480 mil. Apesar do prejuízo, ela não quis prestar depoimento, limitando-se a enviar os detalhes do caso por meio de seu advogado. Já o ator Murilo Rosa esteve no Ministério Público de São Paulo e revelou como tudo aconteceu.
Além dos atores, ao menos dois jogadores de futebol, de clubes cariocas, caíram no golpe. Até o momento, os nomes deles e das outras vítimas não foram revelados.
Tentativa de reaver o dinheiro
Agora, a Justiça tentará apreender os bens dos envolvidos no esquema para recuperar a perda das vítimas. “Pedimos danos morais e danos materiais no caso de sentença de condenação dos envolvidos. Alguns perderam R$ 478 mil, outros R$ 280 mil, outro 84 mil. São quantias expressivas. Mas não estamos encontrando bens dos criminosos para bloquear”, afirmou a promotora.
Ainda segundo ela, o intuito é garantir o direito das vítimas ofendidas. “A nossa luta é pelo estatuto das vítimas. Pedimos uma medida cautelar e estamos tentando localizar os bens em poder da quadrilha para apreensão, pedimos e estamos procurando estes bens”, afirmou Celeste.
Até o momento, nenhum dos acusados está preso. Em maio, quando o caso foi denunciado para a Polícia, duas pessoas foram presas suspeitas do crime, mas acabaram sendo liberadas cinco dias depois de capturadas.
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