O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES) decretou, na sexta-feira (30), a prisão preventiva de dois juízes: Alexandre Farina Lopes e Carlos Alexandre Gutmann. De acordo com o órgão, ambos são suspeitos de vender sentenças.
A prisão foi determinada após uma sessão do Pleno do Tribunal. Na ocasião, todos os desembargadores votaram a favor da prisão dos juízes, que já estão afastados dos cargos e ficarão presos em celas especiais.
O pedido de prisão avaliado pelos desembargadores havia sido feito pelo Ministério Público (MP) do Espírito Santo, que entendeu que os magistrados estariam atrapalhando e interferindo nas investigações.
Ainda conforme o MP, Alexandre Farina e Carlos Guttman teriam atuado em conjunto para, em troca de dinheiro, atender aos interesses das partes que seriam beneficiadas pelo esquema de venda das sentenças.
Hoje, apesar da evolução das investigações, os juízes ainda negam que eles tenham cometido, de fato, qualquer irregularidade.
Para a procuradora-geral da Justiça, Luciana Andrade, os fatos apurados durante a investigação dizem respeito aos crimes de corrupção ativa e também passiva praticados pelos dois magistrados juntamente com as demais pessoas denunciadas.
Entenda a suposta venda de sentença
De acordo com as investigações, o esquema foi desvendado durante as diligências do assassinato da médica Milena Gottardi. À época, a polícia descobriu que o ex-marido dela, o ex-policial civil Hilário Frasson, que hoje está preso e é réu como mandante do crime, teria sido o intermediário em uma negociação de sentença entre os juízes e um empresário – a morte da mulher não tem ligação com as vendas.
Segundo o Tribunal de Justiça, mensagens trocadas entre Hilário Frasson e o juiz Alexandre Farina mostram que os dois trataram sobre o assunto venda de sentença. O resultado da negociação se deu na sentença, que foi dada a favor do empresário.
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