Um juiz de New York concedeu nesta quarta-feira, 12, o parecer negativo ao pedido do príncipe Andrew, quanto ao arquivamento da denúncia sobre o abuso sexual. O crime teria sido cometido contra uma americana no ano de 2001, época em que a jovem tinha apenas 17 anos de idade.
Na decisão, o juiz Lewis Kaplan, determinou que a petição enviada pelo príncipe para que a Justiça arquivasse a ação civil registrada no verão de 2021 por Virginia Giuffre, uma das vítimas dos abusos sexuais do financista americano Jeffrey Epstein, deve ser negada em todos os aspectos.
A relação amistosa entre o segundo filho da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, Andrew, de 61 anos, com o financista Jeffrey Epstein tem gerado uma série de problemas há tempos. Jeffrey cometeu suicídio na prisão em 2019, mas recentemente um júri considerou sua ex-companheira Ghislaine Maxwell culpada de tráfico de menores para fins sexuais a pedido do financista.
De acordo com a defesa do príncipe Andrew, Giuffre assinou um termo junto ao financista norte-americano no ano de 2009 impedindo que ela o processasse ou a quaisquer outros réus em potencial. Enquanto isso, o príncipe sempre negou todas as acusações feitas por Virginia Giuffre.
Contudo, é importante explicar que, se todos os recursos de Andrew falharem, poderá vir à tona um julgamento civil entre setembro e dezembro de 2022, segundo informações do juiz Kaplan. Ele também explicou que antes era cedo demais para definir se Giuffre e o financista Jeffrey Epstein, acusado de aliciar a menor de idade para a rede de exploração sexual, tinham a pretensão de libertar as pessoas que usavam essa rede.
É o caso do príncipe Andrew, que sofria ameaças de ser processado em virtude do acordo de confidencialidade firmado em 2009. Vale mencionar que Giuffre recebeu US$ 500 mil neste acordo para não processar outros réus.
Apesar de o príncipe não ser acusado diretamente de um delito criminal, o vínculo com Epstein é o bastante para prejudicar sua reputação e lhe custar o afastamento dos deveres reais. A todo o momento o príncipe Andrew não hesitou em negar as acusações de Giuffre de que ele a forçou a ter relações sexuais por mais de duas décadas em Londres da então companheira e sócia de Epstein, Ghislaine Maxwell, abusando da mulher e das respectivas propriedades.
Para o juiz Kaplan, a linguagem confusa estabelecida no acordo entre Giuffre e Epstein em 2009 sugere que ambos podem ter chegado a um meio-termo sobre o príncipe Andrew e outros em posições semelhantes estariam protegidos de futuros processos judiciais. “Não sabemos o que passou pela cabeça das partes. Elas articularam pelo menos duas interpretações razoáveis do texto. O acordo, portanto, é ambíguo”, concluiu.