O jovem negro que foi abordado por um policial no estacionamento de um supermercado no último sábado (07) na Asa Norte, em Brasília, acabou sendo preso ao tentar registrar uma ocorrência contra o agente da Polícia Federal (PF) que havia o abordado.
Segundo as informações, a prisão aconteceu porque Emerson Adriano Nunes de Castro, de 22 anos, estava sendo procurado pelo crime de tráfico de drogas. De acordo com informações do portal “G1”, publicadas nesta segunda-feira (09), o mandado de prisão preventiva contra o jovem foi expedido em maio deste ano.
Ainda conforme o portal, a Polícia Civil informou que Emerson foi preso em flagrante em outubro do ano passado, mas teve sua liberdade concedida porque era réu primário.
Todavia, ele tinha que cumprir algumas determinações como não se ausentar do Distrito Federal por mais de 30 dias, a não ser que autorizado pela Justiça, não mudar de endereço sem comunicação do Juízo e ainda comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimado.
No entanto, em maio deste ano, o jovem não foi encontrado nos endereços que forneceu à Justiça e nem compareceu aos autos do processo. Por conta disso, acabou tendo sua prisão preventiva decretada, tornando-se foragido deste então.
Relembre o caso do jovem
Assim como publicou o Brasil123 , o jovem alegou que foi abordado pelo policial da PF por conta de sua cor. Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram uma parte da abordagem. Nas imagens, é possível ver que o agente afirma que o jovem estava ameaçando os clientes do supermercado.
Todavia, no vídeo, Emerson nega o fato, chora, e diz que apenas estava pedindo ajuda no local. Logo após a abordagem, o policial devolve os documentos que havia pego do rapaz e se afasta.
Na ocasião, Emerson revelou que era de Fortaleza, no Ceará, e havia se mudado há pouco tempo para Brasília. Ainda conforme o jovem, ele costumava ir, com a esposa, que está grávida, ao estacionamento do supermercado para pedir ajuda, pois ambos estão desempregados e moram em uma invasão na região.
“Emerson, se não tem nada, ‘tá’ tudo certo. Para alguém que precisar da sua ajuda, a pessoa te pede. Tá joia? Agora, eu vou conferir seu documento. Você falou que trabalha na padaria, ótimo. Eu moro lá do seu lado. Aí a gente pega, e depois vai conversar”, disse o policial na gravação.
Para Emerson, que acabou sendo preso após ir registrar o caso na delegacia, toda a ação aconteceu por questões raciais. “Acho que foi discriminação por ser preto, por ser tatuado. O pessoal vê como ameaça, vê como um bandido, uma pessoa do mal. Só por conta de como a gente está”, afirmou na ocasião.
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