José Dirceu (PT), ex-ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu neste sábado (08) que o petista tente ser reeleito em 2026 – Lula, antes mesmo de ser reeleito como presidente pela terceira vez em 2022, vem negando a possibilidade de ele tentar emplacar outro mandato como chefe do Executivo.
“Eu penso em 12 anos, em três governos. Eu vejo que precisa de um projeto de desenvolvimento nacional, porque o Brasil tem que fazer, em dez anos, 100 em matéria de ciência, tecnologia e educação. Nós estamos vendo a crise na educação”, afirmou José Dirceu durante uma entrevista ao canal “Rede TV”.
Ainda na entrevista, ele afirmou que sua opinião tem como base um “projeto de desenvolvimento nacional”. “Estou pensando em uma frente que pensa o país e tem um projeto para o país, porque são reformas estruturais, e são políticas de longo prazo que o Brasil precisa. Não vejo outro nome hoje, outra liderança que possa ser candidata”, disse o ex-ministro.
Ainda na entrevista, José Dirceu negou a existência do Mensalão, que culminou em sua prisão, afirmando que o escândalo de compra de votos no Congresso nunca existiu. Não suficiente, ele também disparou que, em sua visão, a Operação Lava Jato virou um “instrumento político”. “Quando aconteceu o Mensalão, o núcleo do PT, do governo e do Parlamento foi retirado de cena. Eu fui condenado sem provas, e fiquei como chefe do Mensalão, que nem existiu. E a Lava Jato virou um instrumento político, como ficou provado”, disse.
Por fim, o ex-ministro ainda criticou Roberto Campos Neto, que é presidente do Banco Central (BC). Na visão de José Dirceu, a decisão de manter a taxa básica de juros no atual patamar de 13,75% ao ano é “quase um crime de responsabilidade”. “Considero quase um crime de responsabilidade o comportamento do Roberto Campos Neto, primeiro ele queria fazer política fiscal, que na prática ele está fazendo. Como justificar 8% de juro real? O juro é negativo no mundo hoje. Como é que nós podemos industrializar o Brasil assim? Não há nenhum sentido de manter essa taxa de juros”, disse.
Assim como publicou o Brasil123, no final de março, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central votou pela manutenção da taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano. Essa foi a quinta decisão seguida do grupo para a manutenção da taxa em questão.