Duas jornalistas da Bielorrússia que trabalham para o canal de televisão polonês Belsat foram a julgamento na capital Minsk nesta terça-feira (9). Elas recebem acusações relacionadas à cobertura de protestos em massa em 2020, conforme a Associação de Jornalistas da Bielorrússia. Katsiaryna Andreyeva e Darya Chultsova, repórter e cinegrafista da Belsat respectivamente, foram presas em novembro após uma manifestação.
Meses de protestos ocorreram na Bielorrússia depois que o presidente Alexander Lukashenko alegou vitória sobre o líder da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya em uma eleição em agosto. A oposição afirma que o resultado foi fraudado.
Os promotores acusaram Andreeva e Chultsova de coordenar os protestos porque transmitiram reportagens ao vivo. Por sua vez, elas negaram as acusações, pelas quais poderiam ser condenadas a três anos de prisão. As duas compareceram ao tribunal dentro de uma jaula.
Inicialmente, as jornalistas foram condenados a sete dias de prisão administrativa por supostamente participarem da manifestação, que não foi autorizada pelo governo. Depois que a prisão expirou, as autoridades entraram com novas acusações criminais e os jornalistas permaneceram em prisão preventiva desde então. Elas estão entre os cerca de profissionais da imprensa detidos na Bielorrússia por causa dos protestos.
Governo da Bielorrússia contra jornalistas
Organizações internacionais de direitos humanos condenaram a detenção de Andreeva e Chultsova. O Comitê de Proteção aos Jornalistas, com sede em Nova York, pediu às autoridades bielorrussas que retirassem as acusações “absurdas” contra as duas e perdem a libertação das profissionais.
“O governo da Bielorrússia deve parar de punir jornalistas por noticiar eventos políticos importantes e permitir que trabalhem livremente e sem medo de represálias”, afirmou a instituição em um comunicado na segunda-feira (8). Milhares de manifestantes foram presos e quase todas as figuras políticas da oposição foram levadas ao exílio ou presas enquanto o governo reprimia.
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