José Carlos Bernardi (PTB), jornalista e ex-comentarista político, revelou nesta segunda-feira (18) que será candidato ao Senado por São Paulo. O comunicador se envolveu em uma grande polêmica no ano passado, quando disse que o Brasil poderia enriquecer com a morte de judeus e a apropriação do poder econômico deles.
No Twitter, o agora pré-candidato afirmou que chegou à conclusão sobre a sua candidatura após um período de “jejum e oração”. Segundo o jornalista, ele estava “buscando a direção de Deus”. “Venho comunicar que sou pré-candidato ao Senado por SP”, escreveu José Carlos Bernardi. Ainda na publicação, ele completou a mensagem com o bordão usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL): “Deus, Família, Pátria e Liberdade”.
Declaração do jornalista
As falas de José Carlos Bernardi foram proferidas enquanto ele participava de um programa da rádio “Jovem Pan”. Na ocasião, ele relacionou o crescimento econômico da Alemanha com o Holocausto. Nesse sentido, ele acabou afirmando que o Brasil iria enriquecer caso “um monte de judeus” fossem assassinatos e o poder econômico deles roubados.
“Este é o país que você defende. É só assaltar todos os judeus que a gente consegue chegar lá. Se a gente matar um monte de judeus e se apropriar do poder econômico deles, o Brasil enriquece. Foi o que aconteceu com a Alemanha após a guerra”, disse o jornalista na ocasião.
Por conta dessa declaração, além de ser desligado da “Jovem Pan”, o jornalista ainda foi exonerado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde ele exercia a função de assessor parlamentar do deputado Campos Machado (PTB).
“Em face da gravidade da opinião declarada por meu assessor, e tendo em vista os excelentes laços de amizade e respeito que tenho com a comunidade judaica, não poderia deixar de manifestar meu repúdio ao comentário”, disse à época o deputado ao anunciar a exoneração de José Carlos Bernardi, que tinha um salário bruto de R$ 12 mil na Alesp.
Além da demissão e da exoneração, o jornalista também se tornou alvo do Ministério Público de São Paulo (MP), que instaurou um procedimento para apurar o eventual cometimento de “crime de ódio por intermédio de meios de comunicação”, caracterizando antissemitismo, por conta do comentário feito pelo agora candidato ao Senado.
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