Um jornal suíço se desculpou por publicar uma manchete ofensiva sobre a nova chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala. Ela foi a primeira mulher, e africana, a ser nomeada diretora-geral da OMC.
No entanto, o diário regional Aargauer Zeitung causou indignação ao anunciar que “esta avó será a nova chefe da OMC”. A polêmica reportagem foi publicada em 9 de fevereiro, bem como em dois outros jornais do mesmo grupo, CH Media, além dos sites da empresa.
Na última sexta-feira (26), o jornal se desculpou pela manchete “imprópria e inadequada”. “O título gerou uma reação furiosa dos leitores. Pedimos desculpas por esse erro editorial”, dizia um comunicado, assinado pelo editor responsável por notícias internacionais. O jornal também afirmou que o autor do artigo, sediado em Genebra, não escreveu a manchete e “não foi de forma alguma responsável”.
Okonjo-Iweala agradeceu àqueles que haviam feito uma petição contra a manchete em um tweet, poucas horas antes de assumir oficialmente o novo cargo. “Sou grata a todas as minhas irmãs, Mulheres Líderes da ONU e aos 124 embaixadores em Genebra que assinaram a petição ao fazerem declarações racistas e sexistas neste jornal”, afirmou.
“É importante e oportuno que eles tenham se desculpado. Precisamos denunciar esse comportamento quando isso acontecer”, escreveu a diretora-geral da OMC no Twitter, destacando que é justamente esse tipo de estereótipo que ela denuncia como tema de um livro recente.
Quem é a nova diretora-geral da OMC
Okonjo-Iweala foi ex-ministra das finanças da Nigéria. Ela disse que sua primeira prioridade como diretora-geral da OMC será abordar as consequências da pandemia de Covid-19 e “implementar as respostas políticas de que precisamos para fazer a economia global funcionar novamente.”
O mandato renovável de Okonjo-Iweala na chefia da OMC expira em 31 de agosto de 2025.