A Polícia Federal (PF) estuda pedir a quebra de sigilo telefônico do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque por conta do caso das joias vindas da Arábia Saudita para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – a corporação também planeja a liberação de dados referentes ao ex-assessor dele Marcos André Soeiro e do ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes.
De acordo com informações publicadas pelo canal “CNN Brasil” na noite desta terça-feira (14), o pedido deve ser feito devido a uma ligação de Julio Cesar Vieira Gomes para Bolsonaro. Isso, em dezembro do ano passado. Segundo o canal, a PF apurou que essa teria sido a última tentativa de Bolsonaro de recuperar o pacote de joias apreendido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Hoje, a Polícia Federal está atuando com foco em saber qual o assunto foi tratado e o que foi combinado entre os dois. De acordo com a “CNN Brasil”, investigadores da PF avaliam que essa ligação pode implicar Bolsonaro, pois seria o primeiro contato pessoal do ex-chefe do Executivo diretamente com o caso.
A Polícia Federal ainda estuda qual será o período da quebra de sigilo solicitada. Essa solicitação, pelo menos neste momento, não valerá para o celular do ex-chefe do Executivo, que pode ter seu sigilo quebrado em breve, caso investigadores da corporação enxerguem essa necessidade.
Depoimento à PF
Neste terça, Bento Albuquerque prestou um depoimento por conta do caso das joias milionárias dadas pelo governo da Arábia Saudita em outubro de 2021. Durante o depoimento, assim como publicou o Brasil123, Bento Albuquerque disse que foi informado que os pacotes seriam “presentes de Estado”, entregues por um oficial do governo da Arábia Saudita quando o grupo chefiado por ele se preparava para deixar o país.
Um advogado do ex-ministro ainda afirmou que esses presentes não foram abertos até a chegada da comitiva ao Brasil, e que, em nenhum momento, o ex-chefe de Minas e Energia foi informado que as joias seriam para o ex-presidente ou para sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle.
O depoimento de Bento Albuquerque foi dado na casa de seu advogado, no Rio de Janeiro, e durou pouco mais de uma hora. Além do ex-ministro, quem também prestou depoimento foi Marcos Soeiro. O depoimento do ex-ministro aconteceu por conta de uma ordem de Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou que Bento Albuquerque respondesse perguntas como quais foram os presentes recebidos por ocasião da visita à Arábia Saudita e quais deles foram trazidos em sua bagagem.
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