André Janones (Avante), pré-candidato do Avante à Presidência, afirmou ter sido ameaçado por um apoiador armado do presidente Jair Bolsonaro (PL). O motivo: ele ter votado contra o voto impresso. A revelação do episódio, que de acordo com o político aconteceu em agosto de 2021, em Brasília, aconteceu na noite de segunda-feira (11) durante uma entrevista ao podcast “O Assunto”, da jornalista Renata Lo Prete, da “TV Globo”.
Na ocasião, ele explicou que estava saindo de um carro e foi fechado por uma pessoa de moto que estava armada e citava a família Bolsonaro. “O episódio que eu vou citar aqui para você que é inédito é que eu fui ameaçado por alguém com a arma na cintura em Brasília”, começou o deputado federal.
De acordo com ele, o episódio aconteceu em um sábado. “Eu estava saindo com o meu veículo, e eu fui fechado por um motoqueiro armado, que apontou a arma para mim por eu ter votado, era recente, naqueles dias, por eu ter votado contra o voto impresso. E citando quem? A família Bolsonaro”, disse o pré-candidato.
Assim como publicou o Brasil123, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tinha como foco implementar a volta do voto impresso foi arquivada porque acabou sendo rejeitada pela maioria dos parlamentares. Isso, em agosto do ano passado.
Tanto o presidente quanto seus filhos, o senador Flávio, o deputado Eduardo e o vereador Carlos, são favoráveis ao voto impresso. Apesar de terem sido eleitos via urna eletrônica, eles criticam o sistema e, sem provas, sempre dizem que o processo eleitoral brasileiro é suscetível à fraude.
“Eu fui a única pessoa com expressão nas redes sociais, teve até um levantamento de um veículo que citou isso, com engajamento forte nas redes sociais, que teve coragem de enfrentar o debate em favor da urna eletrônica e contra o voto impresso”, afirmou André Janones.
“Ninguém teve coragem, ninguém com força nas redes sociais teve coragem de enfrentar esse debate. Por que? Porque era um suicídio político, diziam. Porque nas redes sociais, o ambiente era 90% pró-voto impresso até por conta da manipulação do bolsonarismo”, completou o deputado, que hoje não soma um ponto percentual sequer nas pesquisas de intenções de voto.
Por fim, apesar de revelar a ameaça do motoqueiro, o deputado informou que acabou não fazendo um boletim de ocorrência sobre o caso. Segundo ele, o motivo da omissão foi porque ele achou que não iria conseguir localizar ou identificar o suspeito.
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