Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), anunciou nesta quinta-feira (12), que será constituído um “grupo de trabalho” responsável por calcular a recuperação de prédios danificados em atos terroristas, no último dia 8.
O presidente do Iphan firmou este compromisso após reunião com a equipe técnica do órgão e a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Importante destacar que, na reunião, o Iphan entregou à ministra um relatório preliminar sobre os prejuízos.
Iphan e participantes da “força-tarefa”
Segundo o comunicado emitido por Grass, além do Iphan, devem participar da “força-tarefa” a Presidência da República, a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, o poder Legislativo e o poder Judiciário. Juntos, eles pretendem fortalecer o campo da educação patrimonial como forma de desenvolver uma política de preservação da memória do país, que sobreviveu à ditadura militar e aos atentados do último domingo. “Nós teremos uma força-tarefa que vai se ampliar pelos órgãos”, afirmou Grass, acrescentando que a presidente da comissão será Jurema Machado, ex-presidente do Iphan.
Obras danificadas
De acordo com Leandro Grass, os golpistas que invadiram os prédios danificam obras importantes da cultura brasileira, como o painel “Mulatas”, de Di Cavalcanti (1928), “O Flautista”, de Bruno Giorgi (1962), e “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg (1970). Além disso, no Senado, os radicais bolsonarismo urinaram em uma tapeçaria de Burle Marx, danificaram um tinteiro de bronze do Império, um quadro de 1890 que retrata a assinatura da Constituição e uma mesa do Palácio Monroe, onde funcionava a sede do Senado, anteriormente no Rio de Janeiro.
Por fim, uma mesa de jacarandá, utilizada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi destruída e usada como barricada por vândalos que invadiram o Palácio do Planalto.
Pagamento do custos
Segundo o coordenador técnico da Superintendência do Iphan no Distrito Federal, Maurício Goulart, cada poder arcará com os custos de reparação do patrimônio danificado. “Os recursos vão sair dos órgãos das casas. Estão colocando em planilha orçamentária o que é necessário fazer e ações emergenciais, já que eles têm a responsabilidade de conservar edifícios — e conservam cotidianamente. Já estão fazendo as ações emergenciais com base nos contratos de manutenção predial que eles têm”, afirmou Goulart.
Em suma, apesar dos esforços do Iphan, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que os trabalhos ainda serão divididos em três etapas, sendo a última a fase de recuperação do patrimônio público. “Esse relatório vai ser melhor apurado, mais afinado, devido o tamanho dos prejuízos. E isso acontecerá em três etapas, até a recuperação total dos patrimônios. […] O prejuízo é muito grande, o que tivemos. […] A continuação desse trabalho ainda vai demandar alguns meses”, afirmou.