O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu sua estimativa de inflação no Brasil em 2022. A saber, a projeção do instituto para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, recuou de 6,6% para 5,7%.
“Diferentemente do que vem ocorrendo em grande parte dos países, nos últimos três meses, a inflação brasileira surpreendeu favoravelmente, beneficiada, sobretudo, pela melhora no comportamento dos preços administrados”, explicou o Ipea.
Em resumo, as expectativas em torno dos preços administrados recuaram de 1,1% para -4,2%.
Por outro lado, “os alimentos no domicílio continuam a ser o principal fator de pressão sobre a inflação ao longo do ano”, segundo o Ipea. Em síntese, o grupo acumula alta de 11,8% entre janeiro e agosto. Aliás, a disparada nos preços dos leites e derivados (40,2%) e dos panificados (16,9%) impulsionou a taxa do grupo.
Vale destacar que a projeção do Ipea para a inflação no Brasil em 2022 está em linha com as novas estimativas de analistas do mercado financeiro, que também projetam uma taxa 5,74% neste ano.
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Redução da inflação deve influenciar salário mínimo
De acordo com o Ipea, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve encerrar 2022 em 6,0%, ante 6,3% projetado anteriormente. A saber, o índice se refere às famílias que possuem rendimento mensal de um a cinco salários mínimos, ou seja, os de menor renda no país.
O INPC tem importância fundamental no país, porque o governo o utiliza como base para definir o reajuste do salário mínimo. Em outras palavras, quanto menor a expectativa para o indicador, menor deverá ser o reajuste do piso salarial nacional.
Por fim, o Ipea revelou que as projeções foram mantidas em 4,7%, tanto para o IPCA, quanto para o INPC.
“Mesmo diante do aumento do risco cambial, oriundo do aperto monetário internacional, o cenário mais favorável – de estabilidade ou queda de preços – para as commodities no mercado internacional e a normalização das cadeias produtivas devem impedir altas mais expressivas dos preços dos bens industriais”, disse o Ipea.
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