O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu a projeção de crescimento econômico do Brasil em 2022. A saber, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 1,8%, em vez de 2,0%, como divulgado na última previsão do instituto.
“Em agosto, o endividamento das famílias brasileiras atingiu o pico histórico. Por outro lado, o crescimento robusto do setor agropecuário e o aumento da disponibilidade de caixa dos governos estaduais – que poderá ser utilizado para ampliar os investimentos – contribuíram para que a revisão para o próximo ano tenha sido pouco significativa”, explicou o Ipea.
Em resumo, dois motivos principais fizeram o Ipea reduzir suas estimativas para 2022: inflação elevada e aperto monetário no país. No primeiro caso, o Brasil vem sofrendo com altas recorrentes da inflação nos últimos tempos. Inclusive, a previsão é que a variação cresça ainda mais.
Para conter essas elevações, o Banco Central eleva a taxa básica de juros do país, a Selic. Em suma, o BC já elevou a taxa cinco vezes apenas neste ano, e deve continuar assim até o final de 2021. A saber, uma Selic mais alta funciona para reduzir o poder de compra da população e desaquecer a economia. Dessa forma, a inflação tende a cair.
Vale ressaltar que analistas já apontaram para o risco de o Brasil sofre com estagflação. O termo se refere à estagnação econômica e ao aumento da inflação do país. E o cenário desenhado para 2022 é muito parecido com isso. Por isso que o Ipea reduziu as suas estimativas.
Projeção para 2021 se mantém estável
Já para 2021, a projeção do instituto se manteve inalterada e o PIB deve crescer 4,8%. De acordo com os pesquisadores, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a “melhora da dinâmica epidemiológica” permitem a estabilidade da estimativa para este ano.
Por fim, para 2022, a Delta, variante mais transmissível do novo coronavírus, vem elevando os casos e mortes ao redor do planeta nos últimos tempos, o que provoca temores sobre a adoção de novas medidas restritivas. Ao mesmo tempo, a cadeia global de oferta sofre com diversos gargalos, que também tendem a afetar a recuperação econômica dos países ainda neste ano.
Leia Mais: Entenda o que impulsionou o dólar em setembro e como isso afetará você