O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou as projeções de crescimento da atividade econômica do Brasil em 2022 e 2023. A saber, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 2,8% neste ano, em vez de 1,8%, como previsto anteriormente pelo instituto.
“A revisão para cima das taxas de crescimento do PIB deveu-se ao bom desempenho da economia na primeira metade de 2022, demonstrando maior dinamismo do que esperado anteriormente”, disse o Ipea.
A entidade também acredita que “fatores subjacentes a esse desempenho continuarão atuando nos próximos trimestres, permitindo sustentar o nível de atividade apesar do aperto monetário doméstico e dos riscos relativos ao cenário externo”.
De acordo com o Ipea, o crescimento da atividade econômica brasileira no primeiro semestre aconteceu principalmente devido a dois fatores. O primeiro se refere à melhora do mercado de trabalho, enquanto o segundo está relacionado à recuperação do setor de serviços.
“Além disso, após o forte crescimento do investimento em 2021 (17,2%), que levou à mais alta taxa de investimento do país desde 2014, a relativa estabilidade projetada para esse componente em 2022 significa a manutenção de um nível elevado de formação de capital, contribuindo para a expansão do produto potencial”, disse o Ipea.
Neste ano, o setor de serviços, que responde por quase 70% do PIB brasileiro, deverá crescer 3,9%, impulsionando a economia do país. Já a indústria deverá ter um resultado um pouco menor, crescendo 1,7%. Em contrapartida, é esperada uma queda de 1,7% da agropecuária devido a fatores climáticos.
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Projeção para o PIB em 2023 também avança
O Ipea também elevou as projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2023. Segundo o instituto, a economia brasileira deve crescer 1,6% no próximo ano, em vez de 1,3% como projetado anteriormente.
Vale destacar que o Ipea acredita que a atividade econômica irá desaquecer no final deste ano e início de 2023. Em síntese, isso ocorrerá devido aos juros elevados no país e à piora do cenário externo, com muita gente temendo uma recessão econômica global.
“Porém, os indicadores robustos de mercado de trabalho, as medidas governamentais de apoio à renda, a redução de impostos, e o investimento já observado ou contratado, além de um possível efeito continuado das reformas implementadas nos últimos anos, devem evitar uma queda mais expressiva do crescimento”, ponderou.
Embora seja esperado um recuo firme da agropecuária neste ano, a situação em 2023 será inversa. Em suma, o Ipea espera uma disparada de 10,9% do setor no próximo ano, puxando o PIB brasileiro para cima. Já a indústria e os serviços deverão ter taxas de crescimento bem mais tímidas, de 0,8% e 0,7%, respectivamente.
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