O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,29% em setembro. A saber, esse foi o terceiro recuo consecutivo do indicador, que é considerado a inflação oficial do país. No entanto, apesar de parecer uma boa notícia para os brasileiros, esta deflação só aconteceu devido à gasolina.
Veja abaixo as variações registradas pelo combustível nos últimos três meses:
- Julho: -15,48%
- Agosto: -11,64%
- Setembro: -8,33%
Em resumo, o preço do combustível caiu 31,54% no acumulado de julho a setembro, impactando o IPCA-15 em -2,13 pontos percentuais. Dessa forma, a gasolina exerceu o maior impacto negativo na inflação do país e teve força para puxar sozinha o índice para baixo em todos estes meses.
Vale destacar que o IPCA acumulou uma variação negativa de 1,32% de julho a setembro. Isso quer dizer que, caso não fosse a gasolina, a inflação teria avançado nos últimos três meses.
“Gasolina foi o subitem que mais contribui individualmente para o IPCA nos últimos três meses e de fato foi o produto que mais influenciou o resultado acumulado de -1,32%. Se o preço se tivesse mantido estável, não teria deflação nos últimos três meses”, disse o gerente do índice, Pedro Kislanov.
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Redução do ICMS derruba inflação no país
Os fortes recuos no preço da gasolina nos últimos meses aconteceram devido à lei federal que limita a alíquota de cobrança do ICMS sobre os seguintes produtos e serviços:
- Combustíveis;
- Energia elétrica;
- Gás natural;
- Telecomunicações;
- Transporte coletivo.
“No fim de junho, teve a fixação de alíquota máxima de ICMS para itens considerados essenciais. Logo em julho começou a sentir esse efeito nos preços da gasolina”, explicou Kislanov.
“Além disso, a gente teve a Petrobras que reduziu o preço médio da gasolina nas refinarias de forma subsequente. Esses dois fatores geraram uma queda expressiva da gasolina nos últimos três meses e a gasolina acabou sendo o item de maior peso no IPCA”, acrescentou.
Por fim, vale destacar que os brasileiros que utilizam a gasolina de maneira direta, abastecendo seus veículos, sentiram a queda nos preços nos últimos meses. Contudo, isso não atingiu as famílias de renda mais baixa, que não possuem veículos e, por isso, não têm gastos fixos com gasolina.
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