O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 5,79% em 2022. A saber, o indicador é considerado a inflação oficial do país. E, apesar da alta firme acumulada no ano passado, o resultado poderia ter sido ainda pior para os brasileiros.
Isso porque a inflação em 2022 só não foi maior graças à gasolina e à energia elétrica. Ambos os itens refletiram o impacto de uma lei complementar que limitou a cobrança do ICMS sobre diversos itens, incluindo combustíveis e tarifa de energia elétrica.
Em síntese, o preço da gasolina despencou 25,78% em 2022, aliviando o bolso dos motoristas do país. A título de comparação, o combustível havia acumulado uma forte alta de 47,49% em 2021.
Por sua vez a tarifa de energia elétrica fechou o ano com um tombo de 19,01%. Nesse caso, o recuo foi mais benéfico para a população, no geral, visto que a maioria dos lares têm energia elétrica. Já no caso da gasolina, a queda em seu preço beneficiou principalmente as famílias de renda mais alta, uma vez que muitas delas possuem veículo.
“Tirando os subitens gasolina e energia elétrica do cálculo da inflação, o IPCA teria sido 9,56%. Não é só o ICMS que influencia na variação dos preços, há outros fatores. A redução nesses produtos e serviços, influenciada principalmente pela limitação do ICMS, afetou esses preços e ajudou a conter a inflação em 2022”, explicou André Filipe Guedes, analista do IBGE.
A propósito, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo IPCA, divulgou os dados na terça-feira (10).
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Os fortes recuos no preço da gasolina e da energia elétrica em 2022 aconteceram devido à lei federal que limitou a alíquota de cobrança do ICMS sobre os seguintes produtos e serviços:
- Combustíveis;
- Energia elétrica;
- Gás natural;
- Telecomunicações;
- Transporte coletivo.
Vale destacar que a fixação de alíquota máxima de ICMS para itens considerados essenciais ajudou a reduzir o peso do grupo transportes no IPCA.
“Houve uma mudança no peso dos grupos ao fim de 2022. A alta de preços dos alimentos fez esse grupo voltar a ser o de maior importância, enquanto o de transportes perdeu espaço, também pela queda no preço de combustíveis”, disse André Filipe Guedes.
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