O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — teve alta de 0,28% para o mês de agosto, informou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice teve aceleração de 0,35 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior, quando teve queda de 0,07% para julho. Em agosto de 2022, o IPCA-15 foi de -0,73%.
Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,24% na janela de 12 meses. O valor interrompe uma sequência de desaceleração da inflação que vinha desde maio de 2022, quando acumulava 12,2%.
O que explica o aumento no IPCA-15?
O principal impacto de alta vem do aumento da conta de energia elétrica residencial, que subiu 4,59% no mês e teve peso de 0,18 p.p. no IPCA-15 cheio.
O salto se deu pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas do mês anterior. O IBGE havia constatado, em julho, o principal impacto negativo para IPCA-15 justamente na redução de preços de energia elétrica residencial (-3,45%), por conta do crédito.
Além do final do bônus, neste mês também houve reajustes de energia em três capitais pesquisadas pelo IBGE: Curitiba (9,68%), Porto Alegre (5,44%) e São Paulo (4,21%).
Variação por grupo
- Alimentação e bebidas: -0,65%
- Habitação: 1,08%
- Artigos de residência: 0,01%
- Vestuário: -0,03%
- Transportes: 0,23%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,81%
- Despesas pessoais: 0,60%
- Educação: 0,71%
- Comunicação: 0,04%
Pressões menores no IPCA-15 vieram dos grupos de Saúde e cuidados pessoais (0,81%) e Educação (0,71%).
O primeiro grupo teve alta puxada por itens de higiene pessoal, que subiram 1,59% em agosto depois de registrarem deflação de 0,71% em julho. “Os preços dos produtos para pele (8,57%) e dos perfumes (2,94%) subiram, após queda de 4,32% e 1,90% em julho, respectivamente”, destaca o IBGE.
Em educação, o fluxo de subida vem de cursos regulares (0,74%), com reajustes em subitens como creche (1,91%) e ensino superior (1,12%). “A alta dos cursos diversos (0,06%) foi influenciada pelos cursos preparatórios (1,22%) e cursos de idiomas (0,14%)”, diz o instituto.
Um dos destaques das últimas divulgações de inflação, o grupo de Transportes teve aumento modesto, de 0,23% no mês. O resultado foi bastante puxado por uma alta nos preços do automóvel novo (2,94%), uma devolução pontual dos descontos constatados pelo programa de desconto no carro zero.
Os combustíveis também tiveram alta, de 0,46% em agosto. Mas a alta nos preços da gasolina, que haviam puxado bastante o IPCA nos últimos meses, avançou 0,90% nesta medição. O gás veicular subiu 1,88%, mas óleo diesel (-0,81%) e do etanol (-2,55%) tiveram quedas.