A China continua como um dos principais parceiros comerciais do Brasil. A saber, o total de investimentos do país asiático entre 2007 e 2020 somou US$ 66 bilhões. Pelo menos é o que afirmam os dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
Em resumo, as empresas China promoveram investimentos em 176 projetos do Brasil no período. Na verdade, o país brasileiro foi o destino preferido das instituições chinesas, respondendo por 47% do total dos investimentos na América do Sul.
Vale ressaltar que a melhor marca foi registrada em 2010, quando os investimentos chineses no Brasil totalizaram US$ 13 bilhões. Nos anos seguintes, o valor caiu até atingir US$ 1,7 bilhão em 2014. No entanto, cresceu até 2017, quando atingiu a segunda melhor marca dos últimos 14 anos (US$ 8,8 bilhões).
Contudo, devido à pandemia da Covid-19, o valor despencou 74% em 2020, totalizando US$ 1,9 bilhão. Aliás, no ano anterior, o volume havia saltado 117% na comparação com 2018, para US$ 7,3 bilhões. E o que motivou o forte tombo no ano passado foram as dificuldades impostas pela crise sanitária, que afetou todo o planeta.
“Esse cenário menos dinâmico não foi um ponto fora da curva dos investimentos globais, mas reflexo de uma conjuntura internacional complexa marcada por fatores como a pandemia de Covid-19 e o recrudescimento do nacionalismo em diversos países”, afirma o relatório do CEBC.
CEBC descarta abalos na relação econômica entre o Brasil e a China
Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha feito diversas declarações nos últimos meses contra a China, o CEBC afirmou que não há abalos na relação econômica entre os países. Além disso, havia muita tensão entre a China e os Estados Unidos no ano passado, no governo de Donald Trump, com o qual o governo Bolsonaro se alinhava.
“Esse tombo pode ser interpretado mais como um esfriamento dos fluxos de investimentos globais no exterior, que caíram 35% em 2020, do que por atritos políticos bilaterais”, afirmou o CEB. “A deterioração do ambiente político entre Brasil e China em 2020 não parece ter afetado as relações econômicas bilaterais”.
Por fim, vale lembrar que a China vem alternando desde 2010 a posição de principal investidor no Brasil. E, quando o país não lidera, quem o faz é justamente os Estados Unidos.
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