O Investimento Direto no País (IDP) cresceu 22,9% em 2021, na comparação com o ano anterior. A saber, o valor acumulado em todo o ano passado chegou a US$ 46,441 bilhões, contra US$ 37,786 bilhões registrados em 2020.
Embora o resultado tenha sido bastante expressivo, acabou frustrando as projeções do mercado. Isso porque o Banco Central (BC), que divulgou os dados nesta quarta-feira (26), havia projetado uma entrada de US$ 52 bilhões de investimentos diretos de estrangeiros em 2021.
Em resumo, o que explica o forte aumento em relação a 2020 é a base comparativa fraca. A propósito, os investimentos no país afundaram no ano passado por causa da pandemia da Covid-19. Aliás, em momentos de incertezas globais, o mais seguro é colocar o dinheiro em países desenvolvidos, cujo risco de calote é menor do que em países emergentes como o Brasil.
De acordo com o BC, o montante registrado no ano cobre com folga o rombo de R$ 28,110 bilhões das contas externas em 2021.
Vale destacar que o país precisa encontrar outras formas de cobrir o rombo das contas quando os investimentos estrangeiros não conseguem fazer isso. Para fechar as contas, o país recorre ao ingresso de recursos para aplicações financeiras ou busca empréstimos no exterior, por exemplo. Contudo, o país não precisará fazer nada disso.
A saber, o resultado das transações correntes consiste em: balança comercial (comercialização de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros em outros países) e rendas (juros, lucros e dividendos para o exterior).
Veja mais detalhes dos dados do BC
A pandemia fez os investimentos estrangeiros afundarem 50,6% em 2020, totalizando US$ 34,167 bilhões. Em suma, esse foi o pior resultado desde 2009, quando o país registrou US$ 31,480 bilhões em IDP. Aliás, a crise sanitária também elevou exponencialmente os gastos do país em 2020 no combate ao novo coronavírus.
O rombo das contas externas também cresceu no ano passado. Em síntese, a balança comercial registrou melhora e os gastos de brasileiros no exterior também cresceram. No entanto, o aumento das remessas de lucros e dividendos das empresas, que saltaram de US$ 16,823 bilhões em 2020 para US$ 29,847 bilhões em 2021, fez o rombo das contas externas crescer.
Por fim, o BC estima que haja um ingresso de US$ 55 bilhões em investimentos estrangeiros no Brasil em 2022, valor 18,4% maior que o registrado no ano passado (US$ 46,441 bilhões).
Leia Mais: Gastos de brasileiros no exterior são os menores em 16 anos