O jornal “Folha de São Paulo” mostrou nesta sexta-feira (24) que mensagens trocadas por suspeitos que integram o Primeiro Comando da Capital (PCC), e estavam planejando o sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil), usaram dinheiro vindo do tráfico de drogas para arquitetar a ação.
Conforme a publicação, investigadores da Polícia Federal (PF) encontraram uma troca de mensagens em um áudio, sendo que o material em questão aponta uma cobrança por uma prestação de contas que, se não fosse enviada no tempo certo, “a financeira da Bolívia” que cobraria deles.
De acordo com a PF, a mensagem indica que o montante para arquitetar o sequestro do senador veio do tráfico. Essa e outras informações sobre o plano do PCC de sequestrar Sergio Moro consta no material liberado pela juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação que, culminou na prisão de nove suspeitos de estarem envolvido no plano de sequestrar o ex-ministro.
Assim como publicou o Brasil123, na quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma ação que teve como objetivo prender pessoas que integram o PCC e supostamente estavam planejando matar Sergio Moro e outras autoridades.
De acordo com a PF, ao todo, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão – como citado, nove pessoas foram presas. Essas ordens foram cumpridas em São Paulo e no Paraná, onde estão os principais alvos, e também em Rondônia e Mato Grosso do Sul. Conforme a PF, além de homicídio, os suspeitos pretendiam sequestrar autoridades públicas.
Enquanto ministro da Justiça, Sergio Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima – na ocasião, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas com o objetivo de enfraquecê-las.
Segundo a PF, esse motivo teria levado a facção a planejar a execução do ex-ministro – uma conversa em um aplicativo de mensagem mostrou, inclusive, que um dos suspeitos chegou a detalhar que o plano era matar Sergio Moro durante a votação do segundo turno das eleições, ocorrido no dia 30 de outubro do ano passado.
Na conversa, consta que o grupo sabia dos acessos que existiam no local onde o ex-ministro iria votar e a presença de guardas, além da indicação de um ponto não visível pelas câmeras de segurança do local.
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