A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou uma queda de 0,9% em novembro deste ano na comparação com o mês anterior. A saber, esse é o primeiro resultado negativo do indicador deste junho. Ainda assim, o ICF fechou o mês em 73,4 pontos, melhor resultado desde março deste ano (73,8 pontos).
Com isso, a intenção de consumo das famílias permance abaixo do nível de satisfação (100 pontos). Aliás, a última vez que o indicador superou esse patamar foi em abril de 2015 (102,9 pontos). A propósito, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta segunda-feira (22).
Segundo o o presidente da CNC, José Roberto Tadros, as famílias estão mais atentas ao controle do consumo, mesmo com a recuperação do mercado de trabalho. Ele afirmou que a alta dos juros no país afetou novamente o acesso ao crédito, que caiu pelo segundo mês seguido.
“Os números demonstram que as incertezas econômicas e políticas estão sendo incorporadas pelos consumidores”, disse Tadros. Aliás, os juros estão mais elevados no Brasil para conter a inflação, que também está nas alturas.
Seis dos sete componentes pesquisados recuam no mês
De acordo com a CNC, apenas o componente de emprego atual subiu em novembro (+0,2%). Em contrapartida, os outros seis componentes do ICF recuaram no mês. A saber, a maior queda veio do item acesso ao crédito (-2,3%), seguido por aperspectiva de consumo (-1,5%), perspectiva profissional (-1,1%), momento para duráveis (-1,1%) e nível de consumo atual (-1,0%).
Embora os resultados tenham ficado bastante negativos em novembro, todos os componentes acumulam ganhos entre janeiro e novembro. Nesse caso, a maior disparada vem do subíndice perspectiva de consumo (+16,6%), seguido por nível de consumo atual (+9,4%). Já o ICF acumula um avanço de 5,1% no ano.
Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, os dados de novembro indicam que as famílias estão mais atentas ao uso do crédito. “A incerteza quanto ao tempo necessário para abrandar o processo inflacionário e o nível que os juros devem alcançar para conseguir o objetivo já estão influenciando no momento de consumir e gerando maior cautela”, disse.
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