A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um crescimento nulo em outubro na comparação com o mês anterior. A saber, o índice interrompeu uma sequência de quatro avanços consecutivos e fechou o mês em 73,2 pontos, melhor resultado desde março deste ano (73,8 pontos).
Com a variação nula, a intenção de consumo das famílias continua abaixo do nível de satisfação (100 pontos). Aliás, a última vez que o indicador superou esse patamar foi em abril de 2015 (102,9 pontos). A propósito, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta quarta-feira (20).
Vale ressaltar que os subíndices Nível de Consumo Atual e Perspectiva de Consumo caíram em outubro após quatro avanços seguidos. Enquanto o primeiro recuou 0,4%, o segundo teve queda de 1,8% no mês. N0 entanto, ambos os subíndices acumulam fortes altas em 2021, de 12,1% e 19,6%, respectivamente.
Segundo o o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a expectativa para os próximos meses é mais favorável em relação ao consumo. Contudo, Tadros chamou a atenção para as quedas observadas dos subíndices, causadas pela incerteza com o cenário econômico doméstico atual.
“As incertezas econômicas, com a inflação e a alta dos juros, reduzem o poder de compra. No entanto, apesar dessas dificuldades, o consumo segue avançando em relação ao ano passado”, disse Tadros.
Dois dos sete componentes pesquisados sobem no mês
De acordo com a CNC, apenas dois dos sete componentes pesquisados subiram em outubro. Em resumo, os únicos avanços vieram de emprego atual (+1,7%), que acumula alta de 6,4% no ano, e perspectiva atual (+1,3%), acumulando ganhos de 6,9% em 2021. Já o subíndice de renda atual teve variação nula em outubro, mas acumula alta de 4,3% neste ano.
Em 2021, apenas o subíndice de acesso ao crédito acumula variação negativa entre janeiro e outubro (-1,0%). Entre as regiões do país, o maior avanço veio do Centro-Oeste (+1,9%), seguido por Nordeste (+0,8%) e Norte (+0,4%). Entretanto, os recuos no Sudeste (-0,9%) e no Sul (-0,2%) não permitiram avanço do ICF em outubro. Aliás, o indicador acumula avanço firme em 2021, de 6,6%
Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, os dados de outubro indicam continuação da confiança das famílias em relação ao mercado de trabalho para os próximos seis meses. “Em ambos os casos, houve melhora no perfil de respostas das famílias. Elas estão mais seguras em relação aos seus empregos em curto prazo e menos negativas quanto aos seus empregos em longo prazo”, afirmou.
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