O planeta enfrenta a pandemia da Covid-19 há dois anos. Neste período, houve milhões de perdas humanas e incontáveis perdas salariais e trabalhistas. Diversas atividades econômicas sofreram fortes impactos com a crise sanitária. Contudo, o Brasil vem se recuperando aos poucos do cenário caótico.
Alguns dos principais desafios enfrentados pela população do país foram a redução da renda e a perda do trabalho. Em resumo, a pandemia derrubou o faturamento de vários setores e fez muito trabalhador perder seu emprego. E tudo isso afetou a intenção de consumo das famílias brasileiras.
No entanto, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a retomada econômica estão novamente animando os consumidores para irem às compras. Aliás, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,8% em março, para 78,1 pontos, maior nível desde maio de 2020.
Isso mostra que os temores trazidos com a pandemia estão ficando para trás. Os consumidores estão confiantes na recuperação econômica do país e no crescimento do acesso à renda. Em outras palavras, quanto mais dinheiro estiver disponível, maiores os gastos a serem feitos.
Juros preocupam famílias e afetam consumo do país
Embora tenha avançado no mês, o ICF continua abaixo da zona de satisfação (100 pontos). Aliás, desde abril de 2015 (102,9 pontos) que o indicador não supera esta marca, ou seja, há anos que os brasileiros não se sentem muito interessados em gastar.
Esta preocupação se refletiu no subíndice ‘perspectiva de consumo’, que caiu 1,2% em março. Isso quer dizer que as famílias do país deverão ficar atentas à situação econômica do Brasil nos próximos meses para decidir se irão consumir ou não.
A guerra na Ucrânia é um dos fatores que causa preocupação, visto que os impactos dos conflitos com a Rússia já começaram a ser sentidos em todo o planeta. Contudo, o que mais causa temor aos consumidores são os juros cada vez mais elevados no Brasil.
Em suma, a inflação anual no Brasil supera os 10% há meses. A expectativa do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, é que o pico da taxa inflacionária ocorra em abril. Contudo, os juros no país não deverão desacelerar no mesmo período.
Na verdade, a taxa básica de juro na economia vem crescendo para segurar a disparada da inflação. O BC já elevou nove vezes consecutivas a taxa Selic desde, que chegou a 11,75% ao ano na semana passada. Muitos analistas projetam uma taxa de 13% ao ano no final de 2022, o que indica que a taxa ainda deverá crescer no decorrer deste ano.
Veja como os juros altos afetam sua vida
Quanto mais elevada a Selic estiver, mais altos também estarão os juros no país, pois a taxa influencia os juros de toda a economia brasileira. Em síntese, uma Selic elevada encarece o crédito no país, ou seja, o consumidor pagará mais juros se pegar um empréstimo no banco ou se decidir financiar um imóvel.
Dessa forma, o consumo tende a diminuir, principalmente em relação a bens e serviços. Isso ocorre, porque a elevação dos juros tem o objetivo de reduzir o poder de compra do consumidor. Com isso, a demanda por produtos e serviços se enfraquece e a inflação também tende a desacelerar.
Vale destacar que a Selic encarece o crédito não só para os consumidores, mas também para empresas e o próprio governo. Dessa forma, desestimula o consumo e permite um controle maior dos preços.
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