A Páscoa deste ano não deverá atrair tantos consumidores quanto em 2021. Pelo menos é o que aponta um estudo do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo). A saber, a intenção de compra dos brasileiros na data comemorativa está 6,7% menor que a do ano passado.
De acordo com a entidade, a inflação é o fator responsável por esta queda. Em resumo, a taxa inflacionária variou 1,62% no Brasil em março. A propósito, esta foi a maior taxa para março desde 1994, ou seja, há 28 anos que o país não via uma inflação tão elevada assim no mês.
Além disso, o Ibevar revela que a queda na intenção de compra dos brasileiros também é reflexo do fim do auxílio emergencial. No ano passado, o pagamento das parcelas do benefício ajudou a impulsionar a intenção de compra dos consumidores em relação a 2020.
Contudo, as últimas parcelas do auxílio emergencial foram pagas no ano passado. O governo lançou um novo programa assistencial, o Auxílio Brasil, mas este atingiu uma parcela bem menor da população. Aliás, em 2020, a intenção de consumo despencou 48,3% em relação a 2019 devido à pandemia da Covid-19.
“As necessidades e prioridades das pessoas mudaram, e assumindo que os itens sazonais de Páscoa são supérfluos, podem ser deixados de fora dos orçamentos”, disse Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar.
Inflação de itens da Páscoa tem variação pouco expressiva
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou no último dia 5 um levantamento sobre a inflação dos itens presentes na mesa do brasileiro na Páscoa. Em suma, a taxa inflacionária acumulada entre abril de 2021 e março de 2022 foi de 3,93%, ficando bem abaixo da registrada nos 12 meses anteriores (9,18%).
A saber, a maior alta do período foi a do couve, que disparou 21,50%. Em seguida, ficaram a batata-inglesa e a sardinha em conserva, cujas taxas avançaram 18,43% e 16,44%, respectivamente. No entanto, o preço do arroz caiu 12,2% e reduziu a variação da inflação no período.
Seja como for, a Páscoa deverá gerar um faturamento de R$ 2,16 bilhões para o varejo brasileiro neste ano. Isso mostra que, apesar da redução da intenção de compra, os consumidores ainda gastarão um valor expressivo na data comemorativa.
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