Apesar dos diversos conflitos que permeiam diversos países, podemos dizer que o mundo estava em paz quando a Rússia, 11ª maior economia do mundo resolveu declarar guerra contra a Ucrânia.
No entanto, a questão que nos fica é que se a integração econômica e a globalização deveriam tornar o mundo mais pacífico. Por que ela falhou? A maioria dos mercados pode estar de volta onde estava antes do início da guerra, mas o mundo certamente não está. É importante entender o porquê.
Entenda o cenário
Aqueles a discutir sobre o futuro da integração e interdependência econômica mundial citam um argumento muito importante que sustenta a ascensão da globalização. Eles apontam para a afirmação do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos, de que a globalização é a pedra angular de uma ordem internacional baseada em regras.
Desse modo, o argumento é de que, em um mundo globalizado, os países que são interdependentes do comércio e das ligações financeiras não podem ir à guerra. Em outras palavras, a integração econômica e a globalização não apenas poderia previnir conflitos com a Rússia, mas também criar um mundo de cooperação e paz.
Apesar das constatações em relação a este argumento, ele é o padrão da globalização desde a atual arquitetura política e econômica, estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.
Rússia: O fim de uma era
O principal debate não é se a globalização será vítima do confronto contínuo da Rússia com o Ocidente, mas quanto dano a economia globalizada sofrerá após o fim da guerra na Ucrânia.
Dito isso, alguns vêem a globalização como uma mudança, mas boa, enquanto outros a veem como um retrocesso parcial e não como um fim. Além disso, os céticos prevêem um declínio acelerado na globalização e na integração econômica global.
Podemos observar isso acontecendo no exato momento em que as sanções foram impostas, com empresas e investidores estrangeiros correndo para deixar a Rússia, onde 400 empresas teriam se retirado do país, incluindo a gigante de tecnologia Apple, a designer Chanel e a rede de móveis IKEA.
Demais cortes na Rússia
A Rússia foi cortada dos mercados financeiros internacionais e do serviço SWIFT que conecta mais de 11.000 instituições financeiras em todo o mundo, e seus ativos nos EUA e na Europa foram apreendidos. Além disso, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, os investidores chineses tiraram fundos do país em uma escala “sem precedentes”, com uma mudança muito incomum nos fluxos globais em relação à saída capital para outros mercados emergentes.
Precaução dos demais países
Ao mesmo tempo, a guerra injetou um sentido distinto de urgência nos esforços da Europa para se livrar do petróleo e do gás russo. A lição para investidores e empresas da guerra na Ucrânia e da pandemia de coronavírus é que uma era de baixo custo e eficiência não pode competir com confiabilidade e segurança.
Após interrupções na cadeia de suprimentos e guerras em andamento durante a pandemia, os executivos de negócios aprenderam que a confiabilidade é mais barata do que a imprevisibilidade. Em suma, a lição imediata é que a participação econômica ativa é necessária para garantir o comportamento cooperativo em outro país, mas não é suficiente.