A vacinação nacional contra o novo coronavírus está prevista para ter início entre os dias 20 de janeiro e 10 de fevereiro. Em primeiro lugar, serão imunizados os profissionais da área da saúde, idosos e portadores de comorbidades. Entretanto, a viabilização da campanha poderá esbarrar em um novo problema: a falta de insumos para promover a vacinação.
Nesta quinta-feira, 7 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a assinatura do contrato para aquisição de 100 milhões de doses da CoronaVac. As doses da vacina serão agregadas ao Plano Nacional de Vacinação, juntamente com as doses obtidas em parceria com a AstraZeneca/Universidade de Oxford. Entretanto, para a viabilização dessa campanha é preciso muito mais do que apenas a aquisição das vacinas. Para imunizar a população brasileira, é preciso um grande investimento em insumos. Por exemplo, seringas, agulhas, algodão, luvas, entre outros.
Entretanto, a aquisição desses insumos pelo Ministério da Saúde tornou-se um problema. Para adquirir os 300 milhões de seringas e agulhas necessários, o Ministério chegou a abrir um pregão. Entretanto, o pregão falhou, e foram adquiridas somente 3% das agulhas e seringas necessárias.
Anteriormente, os fabricantes desses insumos já haviam questionado o governo, que demorou a solicitar a compra dos itens. Como resultado, o governo restringiu a exportação de agulhas e seringas, a fim de preservar o estoque nacional. Além disso, o governo federal chegou a suspender a compra dos insumos. Acima de tudo, a decisão teria sido motivada pelos altos preços cobrados pelos fabricantes. O imposto para importação desses itens também foi zerado, e está previsto para ser aberto um novo pregão nos próximos dias.
Insumos deverão ser relatados ao STF
Após o atraso na compra dos insumos, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil possui a quantidade de seringas e agulhas necessárias para iniciar a vacinação na data prevista. Estariam disponíveis cerca de 60 milhões de itens.
O governo também editou uma medida provisória que permite a compra de vacinas e outros insumos destinados à vacinação contra a covid-19 sem licitação. Assim, o Ministério da Saúde estaria em negociação com fabricantes nacionais para a compra dos insumos.
Entretanto, após os recentes episódios, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou Pazuello a apresentar informações sobre o estoque de insumos para a vacinação. O ministro terá o prazo de cinco dias para apresentar as informações ao STF. Caso o número apresentado seja insuficiente, o Ministério deverá apresentar um plano para a compra dos mesmos e viabilização da vacinação.