Após o Conselho Nacional de Previdência Social ter aprovado, na última segunda-feira (13), a redução da taxa de juros para empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do INSS, os bancos privados decidiram suspender a oferta da modalidade de empréstimo.
A taxa de juros foi reduzida de 2,14% para 1,70% e, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com a redução não existe condição de pagar os custos de captação de clientes.
Até agora, oito instituições financeiras anunciaram a suspensão temporária do empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do INSS: Mercantil do Brasil, Pan, Pag Bank, Bem Promotora, Daycoval e Itaú, C6 e Bradesco. Nos bastidores, técnicos da Caixa Econômica Federal afirmaram que a instituição terá dificuldade de operar o empréstimo, dado que já cobra 1,8% ao mês, uma das menores taxas do mercado.
Atualmente, 89% dos empréstimos consignados concedidos a aposentados e pensionistas do INSS são realizados por bancos privados. Por outro lado, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, os dois bancos públicos que concedem apenas 11% e, operam atualmente acima dos 1,70% que foram definidos como teto por parte do Conselho Nacional de Previdência Social.
Nesse sentido, o Ministério da Fazenda já havia alertado a Previdência Social que a decisão poderia ser um tiro no pé, dado que ao invés de ampliar a oferta de crédito, poderia reduzir as linhas do consignado ofertadas pelos bancos. A previsão se cumpriu e a Previdência Social terá que analisar qual será o melhor caminho a ser tomado.
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Febraban critica diminuição dos juros aos beneficiários do INSS
Em nota divulgada, a Febraban criticou o aumento dos juros para os consignados do INSS. “O setor financeiro já havia se manifestado – e agora reitera a posição – junto ao Ministério da Previdência, INSS e a outros interlocutores no governo, afirmando que, neste momento, considerando os altos custos de captação, eventual redução do teto poderia comprometer ainda mais a oferta de empréstimo consignado e do cartão de crédito consignado”, afirmou a Febraban.
Além da Febraban, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que envolve as instituições financeiras de pequeno e médio porte, também se manifestou em relação ao aumento de juros para o consignado do INSS. Segundo ela, a redução do percentual também deve reduzir a oferta de crédito para aposentados e pensionistas.
“Há preocupação de que os baixos tetos estabelecidos afetem de maneira relevante a oferta de crédito, de modo que este público seja obrigado a migrar para modalidades com taxas mais elevadas, como o empréstimo pessoal (taxa média de 5,24% a.m). Como agravante, um levantamento junto às IFs associadas indicou que mais de 40% dos tomadores do Consignado INSS estão negativados, o que os levaria a recorrer linhas com taxas aproximadas de 20% a.m”, afirmou a ABBC.
Para Wesley Vieira, diretor da Reali Intermediações de Negócios, uma empresa do setor de correspondentes bancários do estado do Ceará, também disse que a medida terá o efeito contrário. “Hoje, 50% das operações de consignados são feitas por correspondentes bancários. E essa nova taxa inviabiliza a oferta para os principais agentes do mercado”, disse Vieira, ao comentar sobre a diminuição da taxa de juros para o consignado do INSS.
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