Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nesta quarta-feira (06) o inquérito criado para apurar a fake news divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que, no ano passado, associou a vacinação contra a Covid-19 a um risco de desenvolver Aids.
Assim como já publicou o Brasil123 ao relatar a declaração de Bolsonaro, a relação entre a Aids e a Covid-19 não existe e foi feita por Bolsonaro enquanto ele participava de uma transmissão nas redes sociais.
Essa prorrogação, que atende a um pedido da Polícia Federal (PF) feito pela delegada Lorena Lima Nascimento na semana passada, vale por 60 dias – a apuração sobre o caso começou, por autorização de Alexandre de Moraes, em dezembro do ano passado.
Nesta quarta, Alexandre Moraes ainda autorizou que a Polícia Federal peça que o Google, dono do Youtube, forneça, em dez dias, o vídeo da live do presidente que gerou a investigação. Isso porque a transmissão foi excluída pelo próprio site pelo conteúdo falso.
Transmissão de Bolsonaro na internet
A declaração polêmica do presidente, que hoje soma cinco inquéritos no STF desde que ele assumiu a presidência, aconteceu em outubro do ano passado quando, durante uma live, ele citou uma notícia falsa. Essa reportagem em questão dizia que pessoas que tomaram duas doses da vacina contra a Covid-19 no Reino Unido e passaram a desenvolver Aids.
Depois da repercussão, cientistas do mundo todo desmentiram as declarações do presidente. Além disso, redes sociais como Instagram, Facebook e Youtube determinaram a remoção do vídeo de todas as plataformas. As declarações do presidente aconteceram no dia 21 de outubro, um dia depois de ele ter sido indiciado por 11 crimes relacionados à sua postura no enfrentamento à pandemia.
À época da abertura do inquérito, Alexandre de Moraes afirmou não existirem dúvidas “de que as condutas noticiadas do Presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra a Covid-19 utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais”.
Para Alexandre de Moraes, as atitudes do presidente fazem com que seja necessário a “adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da existência de uma organização criminosa”. Em outro Alexandre de Moraes associou as declarações de Bolsonaro à atuação da organização criminosa investigada no inquérito das fake news no Supremo, no qual o chefe do Executivo também é alvo.
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