Ao que tudo indica, a Inglaterra pode se tornar o primeiro país a prescrever cigarros eletrônicos. A informação é do Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Essa possibilidade tem sido cogitada após a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) do Reino Unido, atualizar as orientações que autorizam a prescrição dos cigarros eletrônicos para pacientes que desejam parar de fumar.
A informação foi divulgada pelo governo do Reino Unido nesta sexta-feira, 29. Isso quer dizer que a partir de agora, os fabricantes de cigarros eletrônicos podem abordar a MHRA com os produtos fabricados, que serão submetidos ao mesmo processo de avaliação e regulação que os demais medicamentos comercializados no país.
Se os produtos forem aprovados, a Inglaterra se tornará oficialmente o primeiro país de todo o mundo a prescrever cigarros eletrônicos licenciados como um medicamento. De acordo com os especialistas em Saúde Pública da Universidade de Edimburg, Linda Bauld, Bruce e John Usher, trata-se de uma excelente notícia.
“Embora haja boas evidências de que os cigarros eletrônicos podem ajudar os fumantes a largar o hábito, também sabemos que até um em cada três fumantes no Reino Unido não experimentou esses dispositivos. Essas pessoas se preocupam com a segurança e têm percepções errôneas sobre os riscos relativos dos cigarros eletrônicos em comparação com o tabaco”, declarou Linda.
A especialista ainda ressaltou que o custo dos cigarros eletrônicos pode ser um impasse para algumas pessoas, mas acredita que a situação deve melhorar em breve. Para ela, o simples saber de que existe uma alternativa prática e eficaz capaz de auxiliar na luta contra o vício, já é um alívio e motivação e tanto para essas pessoas.
No entanto, os gestores da Inglaterra reconhecem que os cigarros eletrônicos não ficam completamente isentos de oferecer riscos à saúde. Um comunicado feito pelo governo britânico reconhece que os cigarros eletrônicos contêm nicotina, porém, estudos feitos por especialistas britânicos e estadunidenses deixaram claro que aqueles que são regulamentados são menos prejudiciais do que cigarros comuns. Isso porque, um cigarro eletrônico com licença médica, teria que passar por uma rigorosa supervisão para ser liberado.
Segundo o NHS, mesmo que os cigarros eletrônicos não produzam alcatrão e monóxido de carbono, os principais componentes de cigarros comuns e que são mais prejudiciais que a fumaça do tabaco, o líquido e o vapor do dispositivo eletrônico possuem uma composição química potencialmente nociva e que também são encontrados na fumaça do cigarro, mas em um índice bem menor.
O professor emérito de toxicologia do Imperial College London e presidente do Comitê de Toxicidade do Reino Unido, Alan Boobis, diz que encontrar um cigarro eletrônico capaz de atender integralmente todos os padrões atuais do consumidor pode ser bem menos prejudicial do que fumar. “Os fumantes que tentam parar de fumar podem tentar o ‘vaping’, sem esperar que um produto medicamente licenciado seja colocado à venda. No entanto, os produtos licenciados terão que atender a um padrão definido pelo MHRA, e em troca estarão disponíveis para prescrição médica, um passo importante”, disse ele.