O mercado de imóveis de luxo no Brasil está movimentado nos últimos meses. De acordo com informações reveladas nesta segunda-feira (24), empresários de startups, influenciadores do mercado financeiro e até mesmo tiktokers são as novidades entre aqueles que estão procurando por apartamentos e casas de alto padrão.
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Segundo a Brain Inteligência Estratégica, a empresa registrou um aumento na procura de imóveis de 39,2% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado. Conforme especialistas, esse aumento se deu justamente por conta do aparecimento destes novos perfis de cliente.
Até há pouco tempo, a demanda por imóveis do segmento era tradicionalmente caracterizada por homens na casa dos 45 anos ou mais, com família formada, emprego fixo e de alto nível em grandes empresas.
Em entrevista ao portal “g1”, Mariana Andrade, diretora da Revenda Imóvel, explicou que, agora, no entanto, o público que passou a buscar esses empreendimentos de luxo está na casa dos 30 a 40 anos, é solteiro e atua, sobretudo, no mercado digital.
“A pandemia fez os jovens ganharem mais notoriedade no mercado de trabalho, e a internet trouxe alcance e condições melhores para que esse público conseguisse ter uma renda maior. Vimos aumentar bastante nos últimos anos a demanda por parte desse pessoal mais jovem, que procura status e lugares feitos por arquitetos renomados”, explicou ela.
Um dos exemplos recentes é da influenciadora Franciny Ehlke, que tem 15 milhões de seguidores no Instagram e sua própria coleção de maquiagens. Nas redes sociais, ela revelou ter comprado uma cobertura de 300m² em Curitiba, que possui um valor de mercado estimado em R$ 5 milhões. De acordo com ela, a casa foi toda reformada antes de ela se mudar, em um processo que levou dois anos para ficar pronto.
De acordo com Mariana Andrade, na média, os clientes mais jovens não fazem escolhas por espaços grandes como Franciny Ehlke. Segundo ela, a maioria desse público escolhe os chamados “compactos de luxo”: apartamentos menores, de 20m² a 40m², projetados para trazer mais facilidade e conforto.
Conforme ela, apesar de pequenos, esses imóveis, situados em locais considerados de classe alta, têm boa localização, são equipados com diversas instalações e custam em média R$ 1,5 milhão – algo entre R$ 37,5 mil e R$ 75 mil o metro quadrado, a depender da metragem.
“Além do desejo de ficar mais próximo do trabalho para evitar o trânsito, esse público também busca por fácil acesso ao lazer, demandando lugares próximos de shoppings e baladas, por exemplo”, diz ela.
Por fim, a especialista, além de relatar que o segmento tem se esforçado em se adaptar aos novos compradores, afirma que daqui para a frente, a tendência é uma demanda crescente do segmento. “Vivemos um momento em que, para além do avanço do setor e da tecnologia, também vemos mais pessoas com rendas maiores e buscando moradias melhores. Com certeza é uma tendência”, completou a especialista.
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