O brasileiro continua gastando mais para adquirir produtos e serviços no país. Nesta quarta-feira (25), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em agosto. A saber, a prévia da inflação teve a maior variação para o mês dos últimos 19 anos.
No entanto, os reajustes salariais não seguiram essa trajetória e apresentaram variações bem menos expressivas. De acordo com o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 50,5% dos acordos realizados entre janeiro e julho no Brasil ficaram abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Aliás, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS.
O levantamento da Fipe também revelou que apenas 22,9% dos acordos e convenções coletivas realizados em 2021 superaram a inflação. Nesse caso, os trabalhadores têm ganhos reais com os reajustes. Já 26,6% das negociações mantiveram a mesma variação do INPC.
Embora o Salariômetro mostre que a situação do trabalhador no Brasil não está boa, a filosofia que fundamenta uma das Leis de Murphy diz que “nada é tão ruim que não possa piorar”. Em resumo, o mês de julho foi o pior para os trabalhadores do país dos últimos 12 meses. Isso porque a média dos reajustes ficou 1,6 ponto percentual menor que o INPC.
Veja mais detalhes dos reajustes em julho
Os acordos realizados em julho não se mostraram benéficos para os profissionais do Brasil. Do total, 59,3% dos reajustes ficaram abaixo da inflação, enquanto 27,5% resultaram em ganhos reais. Já 13,2% tiveram variações iguais as do INPC.
Por falar nisso, o INPC acumula expressiva alta de 9,85% em 12 meses, encerrados em julho. A taxa estava em 9,22% no mês anterior. A saber, o índice se refere às famílias que possuem rendimento mensal de um a cinco salários mínimos.
Por fim, a perspectiva do boletim Salariômetro para o futuro não é positiva. “A inflação projetada para os próximos meses não dará folga para ganhos reais”, destacou o documento. Isso quer dizer que os trabalhadores assalariados do país continuarão com reajustes pouco expressivos em 2021.
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