O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na última sexta-feira (12) o seu Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Segundo os dados apresentados, a taxa inflacionária acelerou em todas as faixas de renda em outubro.
Em resumo, a inflação para os mais pobres seguiu como a mais elevada entre as faixas de renda pesquisadas. A saber, a taxa para quem possui renda domiciliar inferior a R$ 900 passou de 1,25% em setembro para 1,35% em outubro. Com isso, a taxa acumulada no ano ficou em 8,57%. Já em 12 meses, a inflação disparou 11,39%, maior taxa entre todas as faixas pesquisadas.
Da mesma forma, a inflação para quem possui renda baixa (entre R$ 900 e R$ 1.350 no mês) também acelerou em 0,05 ponto percentual no mês, de 1,20% para 1,25%. No ano, o acumulado chega a 8,51%, enquanto dispara 11,13% em 12 meses.
Já as variações mensais das outras faixas de renda foram as seguintes: média-baixa (1,21% para 1,27%), média (1,13% para 1,19%), média-alta (1,04% para 1,10%) e alta (1,09% para 1,20%). Isso mostra que a inflação subiu menos para os que possuem renda média e média-alta, mas saltou para os mais ricos. Ainda assim, os mais pobres continuam sofrendo uma taxa mais elevada.
A propósito, as famílias de renda média-baixa são as que têm entre R$ 1.350 a R$ 2.250. Já as pessoas de renda média possuem entre R$ 2.250 a R$ 4.500, enquanto os de média-alta tem renda entre R$ 4.500 e R$ 9.000. Por fim, as famílias de renda alta têm entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66.
Grupos alimentação e transporte impulsionam inflação no mês
Segundo o relatório do Ipea, o grupo habitação provocou o maior impacto na inflação para os três grupos de renda mais baixa em outubro. “Para essas famílias de renda muito baixa, além dos reajustes de 1,2% das tarifas de energia elétrica, de 3,7% do gás de botijão e de 0,9% do aluguel, as altas de 1,1% dos reparos no domicílio e de 0,95% dos artigos de limpeza explicam a pressão exercida pelo grupo habitação”, disse o instituto.
Já o grupo transporte continuou exercendo a maior pressão inflacionária para as três faixas de renda mais elevadas. “A alta inflacionária desse segmento foi influenciada pelos reajustes de 3,1% da gasolina, de 33,9% das passagens aéreas e de 19,9% dos transportes por aplicativo”, explicou o Ipea.
“Os dados acumulados nos últimos 12 meses revelam que, embora a pressão inflacionária tenha acelerado para todas as faixas de renda, a inflação acumulada nas famílias de renda muito baixa (11,4%) é 2,1 pontos percentuais maior que a registrada na classe de renda mais alta (9,3%)”, destacou o instituto.
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