Após uma pequena recuperação em 2021, a economia global está entrando em forte desaceleração em meio a uma variante do Covid-19 e novas ameaças de aumento da inflação, dívida e desigualdade de renda que podem comprometer a recuperação das economias emergentes, como o caso do Brasil.
Como resultado, o Banco Central do Brasil anunciou hoje (10/01) que o mercado financeiro brasileiro reduziu sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, de 0,36% para 0,28%. De acordo com a pesquisa Focus, realizada pela agência central com as principais instituições financeiras do país, o mercado manteve a previsão de crescimento de 4,5% do PIB no ano recém-concluído.
Podemos elencar diversos fatores que levaram a essa previsão, entre eles:
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Fraco sentimento dos investidores;
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A alta inflação corrói o poder de compra;
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Políticas macroeconômicas mais rígidas;
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Desaceleração da demanda da China;
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Os preços do minério de ferro caíram.
Nesse sentido, em termos de inflação, a expectativa é que o final de 2022 permaneça em 5,03%, enquanto a taxa básica de juros (Selic), passou de 11,5% para 11,75%. Importante destacar que atualmente, a Selic encontra-se em 9,25% ao ano.
Demais projeções
Em relação ao mercado de câmbio brasileiro, que atualmente está sendo negociado a R$ 5,65 por dólar, há uma previsão de 5,60 unidades por dólar para o final deste ano. Por sua vez, a previsão para a balança comercial (exportações e importações) em 2022 é de saldo positivo, com cerca de US $55,5 bilhões.
Espera-se que os fluxos de entrada de investimento estrangeiro direto no Brasil sejam de US$ 58 bilhões este ano. Apesar disso, é importante destacar que, além dos problemas da cadeia produtiva e dos altos preços da energia, a fraqueza da moeda brasileira é um fator de pressões inflacionárias. O real perdeu cerca de um quarto de seu valor desde o início da pandemia em 2020.
Como se já não bastasse, o quadro econômico brasileiro conta com a incerteza adicional gerada pelas eleições, fazendo com que os investidores estrangeiros fiquem receosos de alocar parte de seu capital no país.
Inflação
A inflação no Brasil subiu 10,06% no final de 2021, sendo o maior aumento em seis anos, com quase o dobro do teto oficial da meta, que era de 5,25%. Os principais vilões em meio a essa alta nos preços foram o combustível, a eletricidade, o gás, o café e o açúcar.
Em outras palavras, o aumento do dólar impactou o preço dos produtos negociados no mercado internacional. Além disso, a seca de 2021 também afetou a produção agrícola, fazendo com que produtos como o café e o açúcar disparassem. Analistas de consultoria do BC reduziram a previsão de inflação para 2021 de 10,01% para 9,99% pela quinta semana consecutiva.
Além disso, a previsão para 2022 permanece em 5,03%. Desse modo, as projeções de inflação permanecem acima do limite superior do sistema de metas para o próximo ano (5%). Em suma, a meta central de inflação para 2022 é de 3,50%, que será alcançada oficialmente se o índice oscilar entre 2% e 5%.