A inflação nos Estados Unidos variou 0,8% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. A taxa superou os avanços registrados em dezembro (0,5%) e janeiro (0,6%), bem como as estimativas de analistas, que projetavam uma elevação de 0,7% no mês.
Com o acréscimo desse resultado, a inflação norte-americana subiu de 7,5% para 7,9% no acumulado dos últimos 12 meses. A saber, esse é o maior patamar para o índice desde janeiro de 1982, ou seja, há quarenta anos. Aliás, a taxa anual também veio acima do esperado pelo mercado (7,8%).
Os dados fazem parte do índice PCE do Departamento de Comércio e se referem justamente aos preços do consumo nos EUA. A forte variação nos últimos 12 meses ocorreu, principalmente, devido aos altos preços da energia, que subiram 25,6% no período. Já o índice de alimentos acumula alta de 7,9%, maior taxa em 12 meses desde julho de 1981.
Veja mais detalhes da variação da inflação no período
A inflação acumulada em 12 meses está quase quatro vezes mais elevada que a meta do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Em resumo, o BC norte-americano definiu a meta da inflação em 2%, mas os impactos provocados pela pandemia da Covid-19 elevaram os preços dos bens e serviços em todo o planeta, inclusive nos EUA.
Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia também começou a impactar os preços de diversas commodities em todo o mundo. Por exemplo, o petróleo já acumula alta de mais de 16% em duas semanas de conflitos. O avanço chegou a 30%, mas o alívio das tensões na véspera fizeram os preços despencarem.
Seja como for, o chamado núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) acelerou de 6,0% em janeiro para 6,4% em fevereiro. Em suma, esse é o maior patamar em 12 meses desde agosto de 1982. Aliás, os economistas também estimavam uma taxa de 6,4% para o núcleo do CPI no mês.
A expectativa é que a inflação cresça ainda mais em março, refletindo os impactos da guerra no leste europeu. Resta aguardar para ver. O Fed também deverá promover agora em março a primeira elevação da taxa de juros nos EUA desde o início da pandemia.
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