A inflação nos Estados Unidos variou 0,9% em outubro deste ano na comparação com o mês anterior. A taxa ficou 0,5 ponto percentual (p.p.) acima da registrada em setembro (0,4%). Aliás, a taxa também veio bem superior às projeções de analistas, que apontavam um avanço de 0,6% no mês.
Com o acréscimo deste resultado, a taxa inflacionária nos EUA acumulada em 12 meses chegou a 6,2% em outubro. A saber, esse é o maior patamar do indicador desde novembro de 1990, ou seja, há quase 31 anos que o país não registrava uma inflação tão elevada. Em setembro, o valor acumulado em 12 meses estava em 5,4%.
De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, “a inflação prejudica o bolso dos americanos e reverter essa tendência é uma prioridade para mim”.
Já o senador democrata Joe Manchin afirmou que “a ameaça de uma inflação recorde para o povo americano não é ‘transitória’ e, pelo contrário, está piorando”. “Do supermercado ao posto de gasolina, os americanos sabem que a inflação é real e (Washington) DC não pode mais ignorar a dor econômica que os americanos sentem todos os dias”, acrescentou o democrata.
Em resumo, a inflação no país vem sendo impulsionada, principalmente, devido aos altos preços da gasolina, de moradia e alimentos. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços do petróleo também ajudou a elevar a inflação no país.
O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou os dados nesta quarta-feira (10). Ao excluir os preços de alimentos e energia, a inflação teve alta de 0,6%, ante variação de 0,2% em setembro. Em suma, esse indicador possui bastante importância na tomada de decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Impacto da alta da inflação na política monetária dos EUA
Em suma, a rápida recuperação da economia americana provocou alguns impactos. O principal deles é o forte descompasso entre a oferta e a demanda. Como a pandemia afetou expressivamente o consumo de diversos setores no ano passado, muitos produtos e serviços elevaram os seus preços neste ano.
Além disso, os baixos juros praticados pelo Fed no país fazem os americanos consumirem cada vez mais. Ao mesmo tempo, os trilhões de dólares disponibilizados pelo governo norte-americano para ajudar as famílias do país a enfrentar a pandemia ajudou a impulsionar a inflação nos últimos tempos.
Por fim, diversos setores também precisam superar obstáculos provocados pela crise sanitária. Em síntese, a escassez de semicondutores em todo o planeta prejudica muitos segmentos que os utilizam. Em meio a tudo isso, os mais otimistas, que acreditavam que o pico da inflação já havia passado no país, estão revendo suas projeções.
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