A inflação no Brasil estourou a meta pelo segundo ano consecutivo. A saber, a taxa acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano passado chegou a 5,79%, superando o limite de 5,00% definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Em síntese, a entidade define uma meta central para a inflação em cada ano. Além disso, o CMN também determina um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa. Assim, valores que oscilem nesse intervalo indicam que a inflação foi formalmente cumprida.
No ano passado, a taxa inflacionária poderia variar entre 2,00% e 5,00% que, ainda assim, seria cumprida. No entanto, o valor superou essa faixa, mesmo com a sanção de uma lei complementar que limitou a cobrança do ICMS sobre diversos itens, incluindo combustíveis, que exercem grande impacto no IPCA.
Embora tenha estourado a meta pelo segundo ano, vale destacar a desaceleração da inflação. A título de comparação, a inflação ficou em 10,06% em 2021, variação bem maior que a do ano passado. Aliás, essa foi a maior taxa anual desde 2015 e superou em quase duas vezes o limite definido para 2021, de 5,25%.
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BC elevou 12 vezes a taxa de juro da economia em 2022
Em 2022, o Banco Central (BC) elevou várias vezes a taxa de juro da economia brasileira. Na verdade, os aumentos começaram em 2021 devido à inflação muito elevada, pressionada pela pandemia da covid-19. E, em 2022, houve ainda mais aceleração dos preços dos itens e serviços por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em suma, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta ela estiver, mais altos ficarão os juros no país.
Dessa forma, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. E isso diminui a demanda, enfraquece os preços e, consequentemente, a inflação.
No ano passado, os juros elevados ajudaram a segurar a inflação, até porque chegaram ao maior patamar desde 2016. Em resumo, a taxa Selic encerrou 2022 a 13,75% ao ano, e a expectativa é que ela se mantenha elevada, acima de 12% ao ano, em 2023.
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