A zona do euro encerrou janeiro deste ano com a maior inflação já vista na região. Na verdade, isso já havia acontecido em dezembro do ano passado. Contudo, a taxa acumulada nos últimos 12 meses subiu de 5,0% para 5,1% entre dezembro e janeiro.
A saber, essa é a maior taxa inflacionária em mais de 30 anos da série histórica, que teve início em julho de 1991. Aliás, o resultado frustrou as estimativas de analistas, que projetavam uma queda para 4,4% no acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro.
Vale destacar que a inflação está 2,5 vezes superior à meta do Banco Central Europeu (BCE) para a zona do euro, de 2%. Aliás, o instituto de estatísticas da União Europeia, Eurostat, divulgou os dados na última quarta-feira (2).
Em resumo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu apenas 0,1% no acumulado dos 12 meses em relação a dezembro. Embora a variação tenha sido bem modesta, foi suficiente para a taxa renovar o recorde de inflação na região.
Assim como vem ocorrendo nos últimos meses, os preços da energia continuaram impulsionando a inflação na região. No entanto, a alta dos custos de alimentos também fortaleceram a taxa inflacionária na zona do euro em janeiro. Ao mesmo tempo, a inflação de serviços e de bens industriais seguiu em patamar elevado.
BCE mantém taxa de juros estável
Apesar da inflação recorde na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalterada a taxa de juros na região. Em suma, o banco se reuniu na última quinta-feira (3) para definir os novos rumos da política monetária da região.
De acordo com a presidente do BCE, Christine Lagarde, o aumento dos juros na zona do euro ainda pode acontecer em 2022. Aliás, a inflação elevada deverá continuar pressionando o banco para aumentar os juros nos próximos meses.
A saber, os juros mais altos tendem a desacelerar a economia da região. Aliás, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 5,2% em 2021. No entanto, o ritmo de crescimento sofreu forte desaceleração no quarto trimestre do ano passado. Isso indica que os juros mais altos podem fazer a economia da região ficar estagnada, coisa que o BCE não deseja.
A zona do euro é formada atualmente por 19 países do continente europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda e Portugal. E o resultado da inflação na zona do euro consiste na média da inflação de todas estas economias no mês.
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