A zona do euro encerrou setembro com uma inflação bastante elevada. A saber, o acumulado da taxa nos últimos 12 meses saltou de 3,0% em agosto para 3,4% em setembro. Esse é o maior patamar para a taxa em 13 anos, ou seja, a inflação não ficava tão alta na zona desde 2008, quando chegou a 3,6%.
Em resumo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu em 0,4% na comparação com agosto. O que impulsionou a inflação foi mais uma vez a energia, que disparou 17,4% no mês. O instituto de estatísticas da União Europeia, Eurostat, divulgou os dados nesta sexta-feira (1º).
A zona do euro é formada atualmente por 19 países do continente europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda e Portugal. E o resultado da inflação na zona do euro consiste na média da inflação de todas estas economias no mês.
Inflação cai na comparação mensal
De acordo com a Eurostat, os preços da energia vêm pressionando a inflação na zona do euro nos últimos tempos. Na verdade, a recuperação econômica global impulsiona os custos da energia, no geral. Inclusive, o avanço na zona do euro também é resultados de fortes altas dos alimentos e de bens industriais, segundo a Eurostat.
O Banco Central Europeu (BCE) vem elevando as projeções para a inflação na zona do euro repetidas vezes. A ideia de que não haverá mudanças na política monetária adotada na zona do euro fica cada vez mais frágil. Inclusive, analistas já elevam a inflação na zona para uma máxima entre 3,5% e 4,0% até o final do ano.
Em suma, os preços do gás natural estão disparando e a cadeia global de oferta possui diversos gargalos. Isso impacta a produção de carros e a fabricação de computadores, por exemplo. Aliás, os problemas na cadeia de oferta parecem estar piorando, segundo a Eurostat. Isso pode pressionar ainda mais as empresas, que tendem a ajustar preços e modificar suas políticas salariais.
Por fim, o BCE havia afirmado em julho que esse não é um tipo de inflação que requeira mudanças na política monetária praticada. No entanto, o Conselho Europeu incluiu os expressivos aumentos do preço da energia (gás e eletricidade) em sua próxima reunião, dada a gravidade do tema.
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