A zona do euro encerrou novembro com uma inflação muito elevada. A saber, a taxa acumulada nos últimos 12 meses saltou de 4,1% em outubro para 4,9% em novembro. Esse é o maior patamar para a taxa nos 25 anos da série histórica.
Vale destacar que o valor supera em mais de duas vezes a meta do Banco Central Europeu (BCE) para a zona do euro, atualmente em 2%. Aliás, o instituto de estatísticas da União Europeia, Eurostat, divulgou os dados nesta terça-feira (30).
Em resumo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu em 0,8% na comparação com outubro. O que impulsionou a inflação mais uma vez foi a energia, que disparou 27% no mês e contribuiu com mais de 2,0 pontos percentuais (p.p.) para a taxa anual. Ou seja, cerca da metade da inflação local é decorrente dos altos preços da energia na região.
A zona do euro é formada atualmente por 19 países do continente europeu: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda e Portugal. E o resultado da inflação na zona do euro consiste na média da inflação de todas estas economias no mês.
Veja mais detalhes da disparada da inflação na região
De acordo com a Eurostat, a inflação anual da zona do euro ganhou fortes impulsos dos seguintes países: Lituânia (9,3%), Estônia (8,4%) e Bélgica (7,1%). Já em relação às principais economias da região, o destaque ficou com a Alemanha, cuja taxa inflacionária chegou a 6,0% em novembro. Na sequência, ficaram Espanha (5,6%), Itália (4,0%) e França (3,4%).
A saber, o Banco Central Europeu (BCE) vem elevando as projeções para a inflação na zona do euro repetidas vezes. A ideia de que não haverá mudanças na política monetária adotada na zona do euro fica cada vez mais frágil.
Inclusive, analistas já elevaram a inflação na zona para uma máxima entre 3,5% e 4,0% até o final do ano, mas o nível pode seguir acima dos 4% até dezembro.
Segundo o BCE, a elevação da inflação nos últimos tempos ocorre de maneira “transitória”. Por isso, o órgão ainda não vê necessidade de apertos monetários na região.
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