A América Latina deverá sofrer por mais algum tempo com a inflação elevada. Pelo menos é isso o que projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu relatório “Perspectivas Econômicas, As Américas”, lançado nesta semana.
Em resumo, o FMI explica que há riscos bastante elevados de a região sofrer um processo inflacionário prolongado.
“Com os maiores desvios em relação às metas dos bancos centrais em anos e salários nominais em alta, os riscos de um processo inflacionário prolongado são elevados”, disse a entidade no relatório.
De acordo com técnicos do FMI, as maiores economias da América Latina estão enfrentando a inflação mais elevada dos últimos 15 anos. Isso mostra que, apesar da atuação dos bancos centrais (BCs) para controlar a taxa inflacionária, as dificuldades continuam bem intensas na região.
“As pressões iniciais sobre os preços refletiram em grande parte choques externos, mas se tornaram mais generalizadas e persistentes ao longo do tempo”, explicou o FMI.
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Inflação pode subir no curto prazo
No relatório do FMI, os técnicos informaram que a atuação dos BCs está conseguindo reduzir as projeções em torno da inflação no longo prazo. Por outro lado, as estimativas para o curto prazo são bem menos positivas. E é por isso que o Fundo alerta sobre os riscos de uma taxa inflacionária elevada nos próximos meses.
“Embora as expectativas de inflação no longo prazo tenham permanecido amplamente ancoradas, apesar de repetidas surpresas inflacionárias, as expectativas de curto prazo têm aumentado gradualmente, indicando riscos crescentes de desancoragem”, disse.
No Brasil, a inflação teve taxas negativas em julho, agosto e setembro. O resultado é reflexo de dois principais fatores. O primeiro foi a atuação do BC, que elevou os juros por 12 vezes consecutivas, com a taxa chegando a 13,75% ao ano em agosto, e se mantendo assim até o momento.
O segundo fator foi o aumento dos gastos públicos, que aumentou a renda da população mais pobre do país por um período determinado. Apesar de isso ajudar a derrubar a inflação, o futuro é bastante incerto, visto que o governo teve que gastar R$ 41,2 bilhões além do teto de gastos, e terá que pagar essa conta no ano que vem.
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