A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,11% em junho. A saber, o índice sofreu uma forte desaceleração na comparação com maio, cuja taxa ficou em 3,40%. Com o acréscimo do resultado, a taxa acumulada nos últimos 12 meses também desacelerou, de 36,53% para 34,53%.
Mesmo desacelerando, a inflação do IGP-DI em 12 meses superou em mais de quatro vezes o nível registrado nos 12 meses anteriores (7,84%). Já a variação do índice em junho de 2020 foi bem mais expressiva (1,60%). A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (7).
Em outras palavras, o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, citou os recuos de commodities importantes, como soja e milho, como fundamentais para a queda da inflação do IGP-DI em junho. A queda dos preços destes itens derrubou o nível do índice no mês.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA impulsiona IGP-DI
De acordo com a pesquisa, todos os três índices que compõem o IGP-DI caíram em junho, puxando o índice pra baixo. A desaceleração do índice aconteceu, principalmente, por causa do tombo do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), cuja taxa passou de 4,20% para -0,26%. A saber, o IPA exerce a maior influência na variação do IGP-DI.
Em resumo, o estágio das matérias-primas despencou em junho (7,65% para -2,40%), puxado por: minério de ferro (17,03% para -3,85%), soja em grão (0,63% para -8,12%) e milho em grão (5,09% para -8,75%). Por outro lado, os seguintes itens impediram um recuo ainda maior: bovinos (-0,48% para 2,40%), leite in natura (1,01% para 6,49%) e suínos (-3,51% para 1,94%).
Da mesma forma, o grupo bens intermediários caiu no mês (2,28% para 1,34%), puxado pela queda do subgrupo materiais e componentes para a manufatura (2,52% para 0,71%). Já o grupo bens finais recuou de 1,73% para 0,97%, influenciado por alimentos processados, cuja taxa passou de 3,30% para 1,76%.
IPC e INCC desaceleram em junho
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 0,81% em abril para 0,64% em junho. A propósito, seis das oito classes de despesas do índice desaceleraram no mês, com destaque para o grupo habitação (1,72% para 0,89%), puxado pela tarifa de eletricidade residencial (-6,53% para 2,09%).
Os seguintes grupos também caíram no mês: transportes (1,48% para 1,04%), saúde e cuidados pessoais (0,59% para 0,20%), comunicação (0,26% para 0,02%), vestuário (0,65% para 0,41%) e despesas diversas (0,28% para 0,24%).
Isso aconteceu devido aos recuos dos respectivos itens: gasolina (2,95% para 1,89%), medicamentos em geral (1,85% para 0,43%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,49% para 0,09%), roupas femininas (0,93% para 0,27%) e serviço religioso e funerário (1,04% para -0,19%).
Em contrapartida, os grupos educação, leitura e recreação (-0,70% para 1,15%) e alimentação (0,26% para 0,34%) subiram no mês, puxados por: passagem aérea (-8,05% para 12,47%) e frutas (-7,15% para -3,29%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou levemente em junho (2,22% para 2,16%). Em síntese, dois dos três componentes do índice recuaram no mês. A desaceleração veio de materiais e equipamentos (2,81% para 1,84%) e serviços (1,13% para 0,69%), enquanto mão de obra acelerou (1,92% para 2,69%).
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