A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 2,22% em abril. A saber, a variação ficou bem parecida com a de março (2,17%). Com o acréscimo do resultado, o índice elevou ainda mais sua taxa acumulada nos últimos 12 meses, de 30,63% para 33,46%.
Para se ter uma ideia da disparada da inflação do IGP-DI neste período, basta comparar com os 12 meses imediatamente anteriores. Em abril do ano passado, o nível acumulado estava em 6,10% no período, taxa quase 5,5 vezes menor que a atual.
Já na comparação entre os meses, a variação em 2021 superou em 44 vezes o nível registrado em abril do ano passado (0,05%). A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (7).
“Ainda que os preços dos combustíveis tenham apresentado queda em abril, tanto ao produtor, quanto ao consumidor, uma nova onda de aumentos entre commodities agrícolas e minerais voltou a acelerar a inflação ao produtor”, afirmou o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA sobe e evita queda do IGP-DI
De acordo com a pesquisa, dois dos três índices que compõem o IGP-DI caíram em abril, mas não conseguiram puxar o índice pra baixo. Isso aconteceu, principalmente, por causa do avanço do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) (2,59% para 2,90%), que exerce a maior influência no IGP-DI.
Em resumo, o estágio das matérias-primas subiu em abril (1,61% para 3,78%), com contribuições das altas de: minério de ferro (0,70% para 4,63%), milho em grão (4,58% para 11,03%) e leite in natura (-2,26% para 2,66%). Por outro lado, os seguintes itens impediram uma elevação maior: café em grão (7,16% para 1,23%), aves (4,16% para 2,40%) e cacau (1,32% para -8,09%).
O IPA não subiu muito graças ao grupo bens intermediários (4,04% para 3,57%), puxado pela forte queda do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (11,73% para 3,11%). Da mesma forma, o grupo bens finais caiu no período (2,30% para 0,99%) devido ao tombo do subgrupo combustíveis para a produção, cuja taxa, que passou de 13,32% para -1,23%.
IPC e INCC desaceleram em abril
Os outros dois componentes do IGP-DI caíram em abril. Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 1,00% em março para 0,23% em abril. O valor recuou graças à queda de três das oito classes de despesas que compõem o índice.
Caíram os grupos transporte (3,89% para -0,13%), habitação (0,75% para 0,21%) e educação, leitura e recreação (-0,37% para -0,75%). Já os itens de destaque foram: gasolina (11,05% para -0,62%), tarifa de eletricidade residencial (1,02% para -0,45%) e passagem aérea (-2,73% para -6,51%), respectivamente.
Apesar de mais grupos terem apresentado aceleração em suas variações, tais movimentos não conseguiram superar a queda acumulada nos três grupos citados acima. Por isso, o IPC recuou em abril, mesmo com a maioria de seus grupos acelerando.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) recuou em abril (1,30% para 0,90%). Em síntese, dois dos três componentes do índice desaceleraram: materiais e equipamentos (2,84% para 1,99%) e mão de obra (0,16% para 0,00%). Já serviços subiu de 0,74% para 0,88%.
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