A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,25% em dezembro de 2021. A saber, o avanço sucede a queda de 0,58% registrada em novembro. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (6).
Com o acréscimo desse resultado, a inflação do IGP-DI subiu 17,74% no acumulado de 2021. Embora o índice tenha apresentado uma forte alta no ano passado, a variação ficou abaixo da taxa observada nos 12 meses anteriores (23,08%). Já em dezembro de 2020, a o IGP-DI havia subido 0,76%.
“A aceleração nos preços do minério de ferro, de bovinos e do café contribuíram destacadamente para a aceleração da inflação ao produtor, índice com maior influência sobre o IGP, compensando o arrefecimento da inflação ao consumidor e da construção civil”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA impulsiona IGP-DI em dezembro
De acordo com a pesquisa, o IGP-DI é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Eles respondem por 60%, 30% e 10% da inflação do IGP-DI, respectivamente. E o IPA teve um forte avanço em dezembro, passando de -1,16% para 1,54%.
Em resumo, o estágio das matérias-primas saltou de -6,40% para 4,40% em um mês. O segmento foi impulsionado pelos itens minério de ferro (-24,98% para 17,62%), soja em grão (-3,73% para 0,89%) e bovinos (2,60% para 8,33%). Por outro lado, os itens aves (-3,16% para -5,55%), laranja (-2,22% para -7,04%) e algodão em caroço (1,00% para -0,93%) caíram no mês.
Já o grupo bens intermediários desacelerou de 2,68% em novembro para -0,03% em dezembro. O indicador teve decréscimo mais uma vez devido ao subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 5,95% para -1,32%.
Da mesma forma, o grupo bens finais desacelerou no mês (0,62% para 0,23%), influenciado por combustíveis para o consumo, cuja taxa despencou de 5,96% para -1,56%.
IPC e INCC desaceleram
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 1,08% em novembro para 0,57% em dezembro. A propósito, quatro das oito classes de despesas do índice tiveram decréscimo no mês: transportes (3,07% para 0,28%), educação, leitura e recreação (1,51% para 0,56%), comunicação (0,09% para -0,08%) e despesas diversas (0,20% para 0,11%).
Os recuos destes grupos ocorreram, principalmente, devido ao desempenho dos respectivos itens: gasolina (7,44% para -0,36%), passagem aérea (8,87% para 2,84%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,11% para -0,16%) e cigarros (0,76% para 0,28%).
Por outro lado, os outros quatro grupos aceleraram em dezembro: habitação (0,56% para 1,10%), vestuário (0,59% para 0,97%), alimentação (0,66% para 0,72%), saúde e cuidados pessoais (0,16% para 0,21%).
Estes avanços aconteceram devido aos itens: tarifa de eletricidade residencial (0,63% para 3,06%), calçados (0,37% para 1,36%), frutas (-0,52% para 9,34%) e serviços de cuidados pessoais (0,23% para 0,55%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também desacelerou em dezembro (0,67% para 0,35%). Em síntese, o comportamento dos três componentes do índice foi o seguinte: materiais e equipamentos (1,03% para 0,69%), serviços (0,52% para 0,60%) e mão de obra (0,38% para 0,00%).
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