A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 2,71% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. A saber, a variação ficou um pouco abaixo da registrada em janeiro, que chegou a 2,91%. Dessa forma, com o acréscimo do resultado do segundo mês do ano, o índice acumula expressiva alta de 29,95% nos últimos 12 meses.
Para se ter uma ideia da disparada da inflação do IGP-DI neste período, basta comparar com os 12 meses imediatamente anteriores, quando a variação chegou a 6,40% no período. Isso representa uma elevação de 4,68 vezes no período em relação ao valor acumulado de março de 2019 a fevereiro de 2020. Já na comparação entre os meses, a variação em 2021 ficou muito acima da registrada no mesmo mês do ano anterior (0,01%). A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (8).
“Nesta apuração do IGP, o IPA, índice de maior peso, apresentou desaceleração. Apesar disso, dois dos três grupos componentes do índice ao produtor registraram avanços em suas taxas de variação: bens finais (0,79% para 1,80%) e bens intermediários (2,88% para 6,60%). No primeiro caso, a principal contribuição para a aceleração partiu de combustíveis para o consumo (6,64% para 15,43%). No segundo, as fontes de pressão foram mais diversificadas, exemplo do espalhamento das pressões inflacionárias que movimentaram os preços dos seguintes itens: celulose (-4,89% para 8,29%), óleo diesel (6,32% para 14,08%) e fertilizantes (8,00% para 18,53%)”, afirmou o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz.
Índices sobem em fevereiro
De acordo com a pesquisa, dois dos três índices que compõem o IGP-DI aceleraram em fevereiro. No entanto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que exerce a maior influência no IGP-DI, recuou no período (3,92% para 3,40%), puxando o índice para baixo. A queda mais intensa veio do estágio das matérias-primas (7,29% para 2,08%), com contribuições de minério de ferro (16,69% para 0,58%), soja em grão (6,49% para 1,97%) e milho em grão (8,34% para 2,81%). Por outro lado, vale citar, do lado das altas, os seguintes itens: aves (-4,31% para 2,15%), bovinos (5,26% para 6,81%) e cana-de-açúcar (0,70% para 2,66%).
Em contrapartida, o grupo bens intermediários disparou (2,88% para 6,60%), puxado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura (2,92% para 5,51%). Da mesma forma, o grupo bens finais avançou no período (0,79% para 1,80%). Essa alta aconteceu graças à elevação do subgrupo combustíveis para o consumo, que teve forte crescimento de 6,64% para 15,43%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também acelerou em fevereiro (0,89% para 1,89%). Em suma, dois dos três componentes do índice também apresentaram taxas maiores no mês, quando comparadas a janeiro. As variações foram as seguintes: materiais e equipamentos (1,37% para 4,38%), única exceção, serviços (0,79% para 1,00%) e mão de obra (0,55% para 0,12%). .
IPC desacelera
Por fim, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou no mês, passando de 0,27% em janeiro para 0,54% em fevereiro. O valor subiu, influenciado pela alta de três das oito classes de despesas do índice. Os avanços vieram dos grupos habitação (-1,16% para 0,08%), transporte (0,88% para 2,29%) e saúde e cuidados pessoais (0,28% para 0,29%). Já os respectivos itens de destaque de cada grupo foram: tarifa de eletricidade residencial (-6,69% para -0,88%), gasolina (2,61% para 6,90%) e desodorante (-1,76% para 1,71%).
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