A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 1,50% em fevereiro deste ano. A saber, a taxa do indicador desacelerou em relação a janeiro (2,01%). O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (8).
Com o acréscimo desse resultado, a inflação do IGP-DI acumulada em 12 meses chegou a 15,35%. Embora a taxa seja expressiva, ficou bem abaixo da variação acumulada nos 12 meses anteriores (29,95%). Já em fevereiro de 2021, a o IGP-DI havia subido 2,71%.
“ Os efeitos da recente escalada do preço do petróleo ainda não se materializaram entre os combustíveis, cujos preços são controlados, ou mesmo sobre a indústria química. Além disso, o preço do minério de ferro cedeu e permitiu a desaceleração da taxa do IPA”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV. No entanto, esta situação deve mudar em março.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Ou seja, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA desacelera em fevereiro
De acordo com a pesquisa, o IGP-DI é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Eles respondem por 60%, 30% e 10% da inflação do IGP-DI, respectivamente. E o IPA desacelerou em fevereiro (2,57% para 1,94%), enfraquecendo o IGP-DI.
Em resumo, o estágio das matérias-primas teve um decréscimo firme no mês (4,42% para 2,76%). Isso aconteceu, principalmente, devido aos itens minério de ferro (11,33% para -0,10%), milho em grão (8,40% para 4,92%) e bovinos (1,78% para -0,75%).
Já o grupo bens intermediários desacelerou de 2,13% em janeiro para 1,31% em fevereiro. O indicador caiu devido ao subgrupo suprimentos, cuja taxa despencou de 3,97% para -2,58%. Em contrapartida, o grupo bens finais avançou no mês (0,92% para 1,73%), influenciado por alimentos in natura, cuja taxa disparou de -0,12% para 13,03%.
IPC e INCC também desaceleram no mês
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 0,49% para 0,28%. A propósito, cinco das oito classes de despesas do índice tiveram decréscimo no mês: educação, leitura e recreação (1,64% para -0,51%), vestuário (0,76% para 0,33%), comunicação (0,53% para 0,08%), saúde e cuidados pessoais (0,03% para -0,12%) e despesas diversas (0,20% para 0,08%).
Por outro lado, três grupos aceleraram no mês: habitação (0,13% para 0,33%), alimentação (1,15% para 1,20%) e transportes (0,04% para 0,07%). Estes avanços aconteceram devido aos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (-1,76% para -0,73%), arroz e feijão (-1,24% para 0,58%) e licenciamento – IPVA (1,63% para 3,83%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também perdeu força em fevereiro (0,71% para 0,38%). Em síntese, o comportamento dos três componentes do índice foi o seguinte: materiais e equipamentos (1,08% para 0,28%), serviços (1,39% para 1,66%) e mão de obra (0,26% para 0,25%).
Leia Mais: Inflação da indústria brasileira cresce 1,18% em janeiro