A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,55% em setembro. A saber, o percentual ficou ainda mais negativo do que o do mês anterior, cuja taxa havia recuado 0,14%. Aliás, essa é a segunda queda consecutiva do indicador.
Apesar do resultado negativo, a inflação do IGP-DI acumulada no ano continua expressiva, em 15,12%. Já nos últimos 12 meses, a variação chega a 23,43%, patamar superior à taxa observada nos 12 meses anteriores (18,44%). Por sua vez, a variação do índice em setembro de 2020 foi de 3,30%. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quarta-feira (6).
“A queda de 22,11% registrada no preço do minério de ferro, influenciou novamente o resultado da inflação ao produtor, que recuou de -0,42% em agosto para -1,17% em setembro”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA puxa IGP-DI para baixo
De acordo com a pesquisa, o IGP-DI é composto por três índices, e apenas o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu em setembro. Como o IPA responde por cerca de 60% do IGP-DI, suas variações afetam fortemente o índice no mês.
A saber, a taxa do IPA caiu de -0,42% em agosto para -1,17% em setembro. Em resumo, o estágio das matérias-primas caiu ainda mais no mês (-4,17% para -5,75%), puxado por minério de ferro (-21,39% para -22,11%), milho em grão (5,26% para -5,10%), soja em grão (4,25% para -0,32%) e bovinos (-0,24% para -2,69%).
Por outro lado, os itens mandioca/aipim (4,14% para 6,71%) e cana-de-açúcar (0,87% para 1,45%) impediram uma queda mais do IPA acentuada em setembro.
Já o grupo bens intermediários teve leve alta no mês (1,84% para 1,91%), puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (0,53% para 1,87%). Já o grupo bens finais desacelerou de 2,19% para 1,26%, influenciado por alimentos in natura, cuja taxa despencou de 8,09% para 2,22%.
IPC e INCC aceleram em setembro
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou de 0,71% em agosto para 1,43% em setembro. A propósito, cinco das oito classes de despesas do índice tiveram acréscimo no mês: habitação (0,59% para 2,59%), educação, leitura e recreação (1,03% para 2,90%), transportes (0,69% para 1,50%), comunicação (0,05% para 0,39%) e despesas diversas (0,18% para 0,30%).
Estes avanços foram puxados, principalmente, pelos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (0,93% para 8,52%), passagem aérea (7,25% para 22,70%), gasolina (1,14% para 3,38%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,19% para 1,04%) e serviços bancários (0,15% para 0,27%).
Em contrapartida, os seguintes grupos desaceleraram no mês: saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,14%), alimentação (1,25% para 1,09%) e vestuário (0,38% para 0,28%), puxados para baixo por artigos de higiene e cuidado pessoal (1,16% para -0,01%), hortaliças e legumes (4,25% para 2,51%) e acessórios do vestuário (0,82% para -0,01%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também acelerou em setembro (0,46% para 0,53%). Em síntese, dois dos três componentes do índice tiveram decréscimo no mês: materiais e equipamentos (1,01% para 0,71%), serviços (0,47% para 0,35%). Contudo, o item mão de obra subiu de 0,00% para 0,37% e impulsionou o INCC.
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