A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 1,60% em outubro. A saber, a alta do indicador interrompeu dois meses seguidos de queda, cujas taxas haviam ficado em -0,14% em agosto e -0,55% em setembro. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (8).
Com o acréscimo desse resultado, a inflação do IGP-DI acumulada no ano passou de 15,12% para 16,96%. Já nos últimos 12 meses, a variação chega a 20,95%, patamar inferior à taxa observada nos 12 meses anteriores (22,12%). Da mesma forma, a variação do índice em outubro deste ano também ficou menor que a do mesmo mês de 2020 (3,68%).
“A inflação ao produtor acelerou em seus três estágios de processamento. Os avanços registrados nos preços do minério de ferro (-22,11% para 4,29%), do óleo diesel (0,60% para 10,24%) e da gasolina (1,20% para 6,62%) foram os grandes destaques em cada um dos três grandes grupos do IPA”, explicou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA impulsona IGP-DI em outubro
De acordo com a pesquisa, o IGP-DI é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Eles respondem por 60%, 30% e 10%, respectivamente. E o IPA teve um forte avanço em outubro, passando de -1,17% para 1,90%.
Em resumo, o estágio das matérias-primas saltou de -5,75% para 0,75% em um mês. O segmento foi impulsionado por minério de ferro (-22,11% para 4,29%), cana-de-açúcar (1,45% para 3,59%) e café em grão (7,83% para 11,95%). Por outro lado, os itens bovinos (-2,69% para -7,71%), mandioca/aipim (6,71% para 2,90%) e aves (1,72% para 0,37%) caíram no mês.
Já o grupo bens intermediários subiram de 1,91% em setembro para 3,47% em outubro. O indicador recebeu forte impulso do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (1,87% para 9,39%). Já o grupo bens finais teve leve alta de 1,26% para 1,47%, influenciado por combustíveis para o consumo, cuja taxa disparou de 1,47% para 5,78%.
IPC e INCC desaceleram em outubro
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou de 1,43% em setembro para 0,77% em outubro. A propósito, cinco das oito classes de despesas do índice tiveram decréscimo no mês: habitação (2,59% para 0,37%), educação, leitura e recreação (2,90% para 1,57%), comunicação (1,09% para 0,88%), transportes (1,50% para 1,31%) e despesas diversas (0,30% para 0,28%).
Estes avanços foram puxados para baixo, principalmente, pelos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (8,52% para 0,06%), passagem aérea (22,70% para 9,97%), frutas (4,94% para 0,46%), gasolina (3,38% para 2,73%) e serviços bancários (0,27% para 0,05%).
Em contrapartida, os seguintes grupos aceleraram no mês: vestuário (0,28% para 0,81%), saúde e cuidados pessoais (0,14% para 0,25%) e comunicação (0,39% para 0,44%), impulsionados pelos itens calçados (0,37% para 1,32%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,01% para 0,56%) e tarifa de telefone residencial (0,38% para 5,07%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também desacelerou em outubro (0,86% para 0,51%). Em síntese, o comportamento dos três componentes do índice foi o seguinte: materiais e equipamentos (0,71% para 1,92%), serviços (0,35% para 0,47%) e mão de obra (0,37% para 0,00%).
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