A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 2,64 em novembro deste ano, na comparação com outubro. A saber, a variação foi menor que a registrada no mês anterior, de 3,68%. Dessa forma, com a alta apresentada no mês passado, o índice acumula alta de 22,16% em 2020. Já nos últimos 12 meses, o avanço é ainda maior, de 24,28%.
Para se ter uma ideia da disparada do IGP-DI neste ano, basta comparar com 2019. Em novembro do ano passado, o índice subiu 0,85%, acumulando uma elevação de 5,38% em 12 meses. Ou seja, o nível em 2020 está 4,5 vezes superior ao apresentado no ano anterior. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira, dia 8.
“A contribuição do IPA para a desaceleração do IGP foi generalizada. Os três grupos componentes da inflação ao produtor apresentaram decréscimos em suas taxas de variação. Matérias-primas brutas (soja de 15,82% para 6,49%), bens intermediários (farelo de soja de 20,12% para 13,22%) e bens finais (combustíveis para o consumo de 3,39% para -2,43%) contribuíram para a desaceleração do IPA e, por consequência, do IGP”, afirmou o coordenado dos índices de preços da FGV, André Braz.
Dois índices desaceleram em novembro
De acordo com a pesquisa, dois dos três índices que compõem o IGP-DI desaceleraram em novembro. Em resumo, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de 4,86%, em outubro, para 3,31%, em novembro. E isso aconteceu devido às variações menos intensas dos grupos: Bens Finais (2,95% para 2,61%) e Bens Intermediários (4,43% para 3,38%). Neste caso, os respectivos destaques vieram dos subgrupos combustíveis para o consumo (3,39% para -2,43%) e materiais e componentes para a manufatura (5,43% para 3,88%).
Também vale mencionar a inflação do estágio das matérias-primas, que passou de 6,78%, em outubro, para 3,80%, em novembro. As principais contribuições vieram dos seguintes itens: soja em grão (15,82% para 6,49%), minério de ferro (0,85% para -2,68%) e leite in natura (2,63% para -4,32%). No entanto, também vale citar os itens em destaque que seguiram em sentido contrário: café em grão (-5,52% para 5,10%), bovinos (5,43% para 7,53%) e cana-de-açúcar (1,44% para 3,68%).
Da mesma forma, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou em novembro (1,73% para 1,28%). Em suma, dois dos três componentes do índice também apresentaram taxas menores em novembro, quando comparadas a outubro. As variações foram as seguintes: materiais e equipamentos (4,15% para 2,82%), serviços (0,27% para 0,81%) e mão de obra (0,26% para 0,22%).
IPC acelera no mês
Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de 0,65%, em outubro, para 0,94%, em novembro. O valor subiu, pois sete das oito classes de despesas do índice também avançaram no mês. Os destaques ficaram com os grupos educação, leitura e recreação (1,81% para 3,00%), transportes (0,40% para 0,93%) e alimentação (1,69% para 1,88%). Já os respectivos itens de destaque de cada grupo foram: passagem aérea (16,35% para 24,19%), gasolina (0,48% para 1,99%) e hortaliças e legumes (3,84% para 11,58%).
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