A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 1,45% em julho. A saber, o índice teve uma aceleração firme na comparação com o mês anterior, cuja taxa ficou em 0,11%. Com o acréscimo do resultado, a taxa acumulada no ano está em 15,91% e nos últimos 12 meses em 33,35%.
A inflação anual superou em mais de três vezes o nível registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,37%). Já a variação do índice em julho de 2020 foi ainda mais expressiva (2,34%). A Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (9).
“Os preços de commodities, cujas safras foram afetadas por geadas e seca, estão entre as maiores influências do índice ao produtor. (…) Com o aumento dos preços das commodities usadas como ração, aves 5,41% e leite 6,52%, também apareceram com destacada influência para o resultado do IPA”, afirmou o Coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz.
A propósito, o IGP-DI reúne dados mensais de outros três índices da FGV (atacado, consumidor e custo da construção, todos por disponibilidade interna). Além disso, abrange toda população e pode ser usado em reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e planos e seguros de saúde mais antigos.
IPA impulsiona IGP-DI
De acordo com a pesquisa, dois dos três índices que compõem o IGP-DI avançaram em julho, puxando o índice pra cima. A aceleração do índice aconteceu, principalmente, por causa do salto do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), cuja taxa passou de -0,26% para 1,65%. A saber, o IPA exerce a maior influência na variação do IGP-DI.
Em resumo, o estágio das matérias-primas disparou em julho (-2,40% para 1,79%), puxado por: soja em grão (-8,12% para 2,84%), minério de ferro (-3,85% para 0,60%) e milho em grão (-8,75% para 4,62%). Por outro lado, os seguintes itens impediram uma alta ainda maior: cana-de-açúcar (7,31% para 1,48%), bovinos (2,40% para 0,46%) e fumo (em folha) (3,00% para 0,22%).
Da mesma forma, o grupo bens intermediários subiu no mês (1,34% para 1,61%), puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (0,42% para 2,79%). Já o grupo bens finais acelerou de 0,97% para 1,50%, influenciado por alimentos in natura, cuja taxa passou de -4,00% para 2,23%.
IPC e INCC têm variações distintas em julho
Em suma, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou de 0,64% em junho para 0,92% em julho. A propósito, três das oito classes de despesas do índice aceleraram no mês: habitação (0,89% para 2,09%), alimentação (0,34% para 0,78%) e educação, leitura e recreação (1,15% para 1,42%), puxados por: tarifa de eletricidade residencial (2,09% para 7,80%), hortaliças e legumes (-6,93% para -0,17%) e passagem aérea (12,47% para 13,11%).
Em contrapartida, os seguintes grupos caíram no mês: transportes (1,04% para 0,85%), saúde e cuidados pessoais (0,20% para 0,00%), vestuário (0,41% para 0,08%), despesas diversas (0,24% para 0,02%) e comunicação (0,02% para -0,09%).
Isso aconteceu devido aos recuos dos respectivos itens: etanol (5,89% para -1,62%), plano e seguro de saúde (0,87% para -1,27%), roupas (0,55% para 0,19%), alimentos para animais domésticos (2,03% para 0,42%) e mensalidade para TV por assinatura (0,00% para -0,38%). No entanto, estes recuos não impediram o avanço do IPC no mês.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou em julho (2,16% para 0,85%). Em síntese, dois dos três componentes do índice recuaram no mês. A desaceleração veio de materiais e equipamentos (1,84% para 1,28%) e mão de obra (2,69% para 0,48%), enquanto serviços acelerou (0,69% para 0,87%).
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